Lição 8 - A rebeldia dos filhos I
A relação entre pais e filhos deve ser reflexo da relação de Deus com os homens, devendo, pois, os pais ter autoridade sobre os filhos, mas o relacionamento ser profundamente caracterizado pelo amor.
INTRODUÇÃO
Nos dias em que vivemos,
devemos ter consciência de que o adversário tem lutado intensamente contra as
famílias, consciente de que, destruída a família, estará indelevelmente
prejudicada a vida espiritual de cada um dos seus componentes.
O relacionamento entre pais
e filhos tem sido um dos principais alvos deste ataque e deve ser algo que seja
objeto de extremo cuidado por parte dos servos do Senhor, pois os conflitos
intermináveis neste campo são próprios do nosso tempo.
I
– A BÊNÇÃO DA PATERNIDADE
- Na sequência do estudo dos
“dramas familiares”, estudaremos hoje a questão atinente à rebeldia dos filhos,
ao princípio da autoridade paterna, que tem sido extremamente atacado pelo
inimigo de nossas almas neste tempo final da dispensação da graça.
- Um dos objetivos
principais da instituição familiar, instituição esta criada por Deus, é a da
reprodução. A primeira palavra de Deus dirigida ao homem registrada na Bíblia
Sagrada continha, precisamente, este objetivo: " Frutificai e
multiplicai-vos, e enchei a terra…" (Gn.1:28). A capacidade de reprodução
do homem era o grande diferencial entre esta criatura e os seres celestiais.
Natural que, então, seja um dos principais alvos do nosso adversário.
OBS: “…A procriação foi a
mais importante dádiva do Criador para a natureza. Todos os seres vivos
formados da matéria receberam este favor. É importante maravilhoso sabermos que
Deus concedeu ao homem, o poder de procriar um ser que traz consigo a imagem e
a semelhança Sua.
A procriação é o dom de Deus
à natureza, para que ela exista e permaneça existindo. Este dom foi dado a
todos os seres materiais vivos, mas apenas o homem tem poder de transmitir à
sua prole a imagem e semelhança do Criador. Os anjos e todos os seres
espirituais não têm este dom de procriar.
No caso dos humanos, os filhos trazem consigo
a imagem e semelhança do Criador, mesmo sendo eles pecadores. Esta é uma das
razões pelas quais Satanás tenta destruir o homem, pois no homem a imagem de
Deus é perpetuada na Terra.…” (SILVA, Osmar José da. Reflexões filosóficas de
eternidade a eternidade, v.2, p.138).
- Na possibilidade de
procriação, Deus nos dá mais um aspecto de nossa qualidade de imagem e
semelhança de Deus, pois, com a reprodução, temos uma participação na própria
obra criativa do Senhor, pois, no instante em que geramos filhos, trazemos
nossa marca no processo de criação do universo. Deus, pela Sua infinita
misericórdia, faz-nos participantes de Sua obra de criação.
- Não é por outro motivo que
a Bíblia nos diz que os filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre, o Seu
galardão (Sl.127:3). Ao nos tornarmos pais, recebemos um prêmio, uma recompensa
do Senhor, pois passamos a ser participantes da criação, ou seja, apesar de
nossas faltas, de nossas fraquezas, Deus nos dá o privilégio de podermos ser
atores no processo da criação.
- Os filhos, portanto, são
uma bênção que Deus nos dá. Como consequência disto, devemos desejar ser pais
e, muito mais do que ser pais, ser bons pais, pois ser pai não se limita a
gerar um novo ser humano, mas inclui todo um processo de educação e de cuidado
que possa tornar este novo ser biológico não apenas mais um ser vivo na face da
Terra, mas um novo servo do Senhor, que seja motivo para glória do Senhor.
OBS: “…No testamento ‘ético’
dirigido ao próprio filho, Rabi Eleazar, o ‘ Grande” de Worms (c.1050) resumiu
o objetivo principal dos pais judeus: ‘ Meu filho ! É teu dever ter filhos e
criá-los para o estudo da Torah. Por eles serás considerado digno da vida
eterna.’ Esse relacionamento entre a educação de filhos dignos, o estudo da
Torah (no entender dos devotos, essa era a estrada principal para a virtude), e
a recompensa final da vida eterna, formaram uma venerada tradição da religião
judaica.…” (AUSUBEL, Nathan. Relações familiares, esquemas tradicionais de. In:
A Judaica, v.6, p.708).
- Se os filhos são uma
bênção do Senhor, devemos desejar ter filhos. Caso tenhamos uma vocação para
uma vida conjugal (que é o natural e normal entre os seres humanos, embora
possa haver aqueles que Deus tenha chamado para uma vida celibatária, ou seja,
para que não forme família), devemos ter o profundo desejo de cumprir todos os
propósitos divinos para a família, o que inclui a procriação. Isto não quer, em
absoluto, reduzir o objetivo da vida conjugal a ter filhos, pois este é um dos
muitos fins divinos para o casamento, mas reconhecer que a vinda de filhos é o
coroamento desta vida a dois.
- Desejar ter filhos,
também, não significa deixar de planejar a vinda dos filhos. O planejamento
familiar, mormente nos dias difíceis em que vivemos, é uma necessidade na vida
de qualquer casal. Devemos, como servos de Deus, buscar a orientação do Senhor e,
dentro da Sua vontade, bem planejarmos a vinda dos nossos filhos, a fim de que
possamos dar-lhe uma vida digna e com condições de criá-los na doutrina e
admoestação do Senhor.
- Os filhos devem ser,
portanto, em primeiro lugar, desejados. Este desejo sincero e puro, concorde
com o plano de Deus para o homem, é o primeiro e indispensável passo para que
os filhos sejam sempre uma bênção.
Muitos estudos têm demonstrado que a rejeição
do filho é um fator que tem causado enormes perturbações psicossomáticas em
muitas pessoas, desde o ventre de suas mães. Um filho rejeitado, mesmo durante
a gravidez de sua mãe, será, certamente, um filho desajustado e que trará
enormes problemas para os pais ao longo da vida.
- Uma das características
dos povos antigos, inclusive o judeu era, exatamente, o de haver um desejo
ardente dos casais em terem um filho, pois o fato de haver uma determinação
divina para a procriação levava os hebreus a uma verdadeira obsessão pela
procriação, a ponto de a mulher estéril ser considerada uma amaldiçoada.
A Bíblia registra esta
circunstância e o desespero de Raquel bem ilustra a situação a que era remetida
uma mulher que não tinha condições de gerar (Gn.30:1). Embora não seja
elogiável esta discriminação social, o fato é que ela reflete a grande
consideração que se dava, naquela época, à procriação.
OBS:“…A missão universal dos
judeus, como instrumento da vontade de Deus, no sentido de conduzir todas as
nações irmanadas ao Monte Sion através da Torah, exigia a preservação da
continuidade biológica deles. Além do mais, ela exigia dos pais judeus, geração
após geração, que preparassem seus filhos para tão elevada incumbência.
Para aumentar a força moral desse dever
supremo, os Sábios ensinaram ao povo que na ‘criação’ de cada criança, havia
três sócios: seu pai, a sua mãe e Deus.
De fato, Deus era considerado o sócio
principal, embora ‘silencioso’, na criação de todas as crianças, tendo os pais
como seus associados ativos.
No entanto, eram eles, e não
Deus, inteiramente responsáveis pelo produto ‘final’ – um produto que desejavam
fosse digno do Criador a cuja divina imagem se acreditava que houvesse sido
feito.…” (AUSUBEL, Nathan. Relações familiares, esquemas tradicionais de. In: A
Judaica, v.6, p.708).
- Atualmente, porém, tem
sido considerado que ter filhos é um estorvo, é um obstáculo ao progresso
material e à inserção da mulher no mercado de trabalho, sendo cada vez mais
frequente que as mulheres busquem ter filhos somente quando já estabilizadas
financeiramente ou, então, o que é mais corriqueiro nas camadas mais carentes
da população, os filhos têm sido considerados apenas como uma fonte de
sobrevivência para quem não consegue (ou não quer) trabalhar, pensamento que
tem gerado a conhecida "indústria da pensão alimentícia", hoje fortificada
pelos programas de redução da desigualdade, como o Bolsa Família. Ambas as
concepções são ditadas por um materialismo excessivo e estão completamente
alheias ao princípio bíblico da procriação.
- O desejo de filhos, nas
páginas da Bíblia, era tanto que mesmo intervenções divinas para mulheres
estéreis eram solicitadas e, numa comprovação de que o desejo de filhos é algo
que se encontra dentro da vontade do Senhor, Deus ouviu estas orações e abriu a
madre de muitas mulheres, como Sara, Rebeca, Raquel e Ana.
- Não basta que os filhos
sejam desejados. Eles precisam ser bem cuidados, pois, além de ser uma bênção
do Senhor (e toda bênção do Senhor deve ser preservada e zelosamente tratada
pelo abençoado), são uma responsabilidade que Deus põe em nossas mãos e da qual
deveremos prestar contas.
- O cuidado com os filhos
deve anteceder à própria concepção. O planejamento familiar não envolve apenas
a quantidade de filhos, mas também a qualidade de sua educação. Devemos estar
preparados para, na vontade de Deus, criarmos nossos filhos na doutrina e
admoestação do Senhor (Ef.6:4).
Devemos ter o mesmo sentimento de Manoá, o pai
de Sansão, que orou ao Senhor pedindo orientação divina para a educação de seu
filho (Jz.13:8), antes mesmo de seu nascimento. É mister que tenhamos a
orientação do Senhor para a educação dos nossos filhos, assim como busquemos
todas as informações que a ciência e o conhecimento humano possam nos fornecer
para que demos uma vida de qualidade para nossos filhos.
Qualidade não significa
opulência material, mas é muito mais do que isto: é uma educação com amor, com
valores bíblicos, uma educação que faça de nossos filhos verdadeiros servos do
Senhor.
- Outra importante lição que
extraímos da Palavra de Deus sobre os filhos é de que, ao nascerem, serão eles
inocentes e, por conseguinte, pessoas sem qualquer pecado ou culpa.
Jesus ensinou que as
crianças são isentas de pecado, pois das tais é o reino dos céus (Mt.18:1-5;
Lc.18:15-17).
Assim, embora sejam dotadas de uma natureza pecaminosa, de modo
que, assim que adquirirem a consciência, inevitavelmente irão pecar, as
crianças vêm ao mundo sem pecado, de modo que a educação é um poderoso
instrumento de evangelização e de criação de valores conformes à vontade de
Deus.
Assim, é dever indeclinável
dos pais instruir a criança no caminho em que deve andar, pois, como afirmou o
sábio Salomão, mesmo na velhice ela não se esquecerá do que lhe foi ensinado
(Pv.22:6).
- Deus faz os nossos filhos
inocentes e puros, ou seja, na Sua parte, prepara-nos para que possamos fazer
com que estes filhos possam crescer e amadurecer dentro de uma educação que
prime pelos valores divinos. Há até mesmo uma consideração de que os filhos dos
crentes são considerados santos, ainda que um dos cônjuges não sirva a Deus (I
Co.7:14).
Diante deste quadro,
percebemos que Deus, quando geramos filhos ou quando, já tendo família formada,
aceitamos a Cristo, dá-nos condições favoráveis para que levemos a cabo nossa
responsabilidade de educar.
Estamos, sim, num mundo mal
e que jaz no maligno (I Jo.5:19), mas o Senhor garante, em Sua Palavra, que o
ambiente por Ele criado para que iniciemos nosso trabalho nos é favorável.
Assim, se perseverarmos em nosso trabalho educacional, se não descuidarmos,
Ele, que sempre promete estar conosco, trar-nos-á, certamente, a vitória e o
gozo de vermos não só nossos filhos, mas os filhos de nossos filhos e a paz
sobre Israel, ou seja, a bênção de Deus sobre a nossa família (Sl.128:6).
- Diz o salmista que os
filhos da mocidade são flechas na mão do valente (Sl.16:4). A flecha é uma das
armas cuja utilização exige grande destreza (tanto que o arco e flecha acabou
se tornando um esporte olímpico).
Ao comparar os filhos como
flechas, o salmista mostra-nos a necessidade de termos muita sabedoria na
educação de nossos filhos, pois, assim como eles podem representar a nossa
alegria, o cumprimento de nossos objetivos e fins para eles (como a flecha
atinge o alvo, tornando o esportista um vencedor), do mesmo modo, esta mesma
flecha poderá ser fatal e acabar tirando-nos até mesmo a vida ou a alegria de
viver, ferindo mortalmente o nosso coração.
Lamentavelmente, a mídia tem registrado, com
cada vez maior frequência, tragédias envolvendo pais e filhos, precisamente
porque não tem havido uma sólida e consistente educação. Cenas assim têm se
repetido cada vez mais nos nossos dias e, pasmem todos, inclusive com pessoas
da igreja. Por quê? Porque não temos
sido cuidadosos nem sábios para criar os filhos, estas flechas que Deus nos dá.
II
– AS REGRAS BÍBLICAS PARA O RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
- Vista a importância que
devemos dar ao relacionamento entre pais e filhos, vejamos agora, então, quais
são as regras bíblicas estabelecidas para esta relação.
A Bíblia preocupase
muito com este relacionamento, que é fundamental para que se cumpra o objetivo
divino da procriação, além do que é um relacionamento que figura a própria
relação entre Deus e o homem.
- A primeira regra sobre o
relacionamento entre pais e filhos diz respeito à honra que os filhos devem
devotar a seus pais. Um dos dez mandamentos, o único mandamento com promessa,
afirma que os filhos devem honrar pai e mãe para que os seus dias fossem prolongados
na terra (Ex.20:12; Dt.5:16; Ef.6:2,3).
Os filhos devem, portanto,
respeitar seus pais, ser-lhes obedientes e dar-lhes a devida dignidade.
A honra envolve o reconhecimento
dos filhos de que seus pais são um dos fatores primordiais da sua existência e
não se resume apenas na obediência, que é um fator importante, mas não exclusivo.
Honrar pai e mãe envolve,
também, zelar pela imagem social dos
genitores, evitando que os pais sejam alvo de calúnias, injúrias e difamações
na sociedade onde vivemos. Lamentavelmente, vemos que, nos nossos dias, há um
grande incentivo para que os filhos critiquem e denigram a imagem de seus pais
na sociedade.
Aliás, dentro da filosofia
mundana hoje reinante, é imperioso que o
jovem ou o adolescente xinguem, difamem e desprezem seus pais perante os
seus amigos e companheiros de grupo. Isto tudo contraria o que ensina a Palavra
do Senhor.
- A obediência aos pais é condicionada. Como
bem explana o apóstolo Paulo, a obediência aos pais somente tem sentido
enquanto estiver em consonância com a obediência ao Senhor (Ef.6:1). É a isto
que a Bíblia denomina de obediência justa.
Devemos obedecer a Deus, em
primeiro lugar, depois aos homens (At.5:29). Assim sendo, os filhos não devem
obedecer a seus pais quando esta obediência significar pecado, ofensa a Deus.
Dizemos isto, pois, há alguns anos atrás, tivemos a surpresa em saber que um crente
chegou a se queixar dos professores da Escola Dominical de seu filho, porque,
ao mandar seu filho mentir para um cobrador que lhe batia a porta, dizendo que
não estava, o filho falou a verdade, "desobedecendo" ao Pai. A que
ponto chegamos!
OBS: “…Há uma diferença entre obedecer e honrar.
Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa
respeitar e amar.
Os filhos não devem desobedecer a Deus aos obedecerem aos
seus pais. Não se requer que os filhos adultos obedeçam a pais tiranos. Os
filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem sob os cuidados dos pais,
mas a responsabilidade de honrá-los é vitalícia.” (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO
PESSOAL, com. Ef.6.1,2, p.1654).
- Dar a devida honra aos
pais significa, também, amparar-lhes na dificuldade e, primordialmente, quando
em idade avançada. Este princípio, aliás, além de ser bíblico, é até, no
Brasil, um dever constitucional, como se observa no artigo 229 da Constituição
da República, que afirma que "… os filhos maiores têm o dever de ajudar os
pais na velhice, carência ou enfermidade". É triste vermos que, hoje em
dia, muitas pessoas que se dizem servas de Deus abandonam seus pais idosos à
própria mercê, delas não cuidando, nem com elas se importando, numa atitude de
ingratidão que põe em dúvida a sua suposta conversão ao Senhor.
OBS: O Corão, livro sagrado dos islâmicos, em
diversas passagens, afirma este dever dos filhos para com os pais.
Assim, por exemplo:
"…Dize (ainda mais): Vinde, para que eu vos prescreva o que vosso Senhor
vos vedou: Não Lhe atribuais parceiros; tratai com benevolência vossos pais;
não sejais filicidas, por temor à miséria- Nós vos sustentaremos, tão bem
quanto aos vossos filhos…" (6:151).
Os judeus, também, tinham este
pensamento: "…Quando atingiam a maturidade, os filhos e as filhas tinham a
obrigação de sustentar os pais, da melhor maneira que pudessem, quando isto tornasse
necessário. Deveriam tomar conta deles com devoção na doença e na velhice. 'Meu
filho,' escreveu Jesus BenSira, o grande mestre de sabedoria de Jerusalém (c.
do início do século II a.E.C.), 'ajuda a teu pai na velhice, e não o aborreças
enquanto ele for vivo, e tem paciência com ele se a mente dele fraquejar.
No
entanto, nem todos os filhos e filhas judeus comportavam-se como modelos de
devoção a seus pais nas horas das adversidades. Esses réprobos aparecem ilustrados
no dito popular judaico, cheio de amargura:' um pai pode sustentar dez filhos,
e no entanto dez filhos não podem sustentar um pai.'…" (AUSUBEL, Nathan.
Relações familiares, esquemas tradicionais de. In: JUDAICA, v.6, p.712).
- A segunda regra constante da Bíblia Sagrada
com respeito à relação entre pais e filhos é de que os pais devem ensinar a
Palavra do Senhor a seus filhos
(Dt.6:6-9).
Moisés é bem incisivo ao
afirmar que os pais deveriam intimar a Palavra do Senhor a seus filhos. Intimar
é mais do que ensinar, é mais do que orientar. Intimar é determinar, é falar com
autoridade a doutrina. Tanto assim é que, hoje em dia, usamos a expressão
"intimar" sempre que uma autoridade chama alguém para que compareça
em algum lugar. É um chamado de quem tem autoridade.
Dentro desta perspectiva,
vemos que os pais somente se incumbirão deste dever se forem verdadeiros
imitadores de Jesus. O Senhor, ao proferir o sermão do monte, fê-lo com
autoridade (Mt.7:29). Assim, os pais, ao ministrarem a Palavra do Senhor, devem
não apenas demonstrar conhecimento racional, mas, sobretudo, devem, com sua
vida, mostrar aos filhos um verdadeiro testemunho cristão.
A multidão ficou admirada
com Jesus não pelo que Ele dissera, pois muito do que disse já tinha sido dito pelos
escribas e pelos fariseus. Entretanto, os escribas e fariseus ensinavam uma
coisa mas viviam outra totalmente diversa. Como será que nossos filhos têm nos
visto? Como escribas ou fariseus ou como Jesus?
OBS: " …Se a felicidade da família judaica
girava em torno de uma relação harmoniosa entre marido e mulher, o objetivo
principal era o de educar filhos retos e devotos(…). Esse relacionamento entre
a educação de filhos dignos, o estudo da Torah (no entender dos devotos, essa
era a estrada principal para a virtude) e a recompensa final da vida eterna, formaram
uma venerada tradição da religião judaica.(…).
Constitui um fato singular o de
que em nenhuma outra religião se considera obrigação categórica dos pais
assumir a responsabilidade primeira,
como educadores, dos próprios filhos.
Entre os judeus, em tempos
antigos, essa tarefa era considerada uma missão precípua e sagrada. 'Abençoado
é o filho que estudou Torah com o pai, e abençoado o pai que instruiu o filho
!', regozijava-se um antigo Sábio…" (AUSUBEL, Nathan. Relações familiares,
esquemas tradicionais de. In: JUDAICA,v.6, p.708-9).
- Está aqui um dos maiores
problemas que temos enfrentado nas famílias de crentes nos nossos dias. Os pais
não têm um bom testemunho. Assim, não se sentem à vontade para ensinarem seus
filhos a Palavra do Senhor ou, quando o fazem, criam um ambiente de total falta
de autoridade, já que não podem ensinar com autoridade. Como dizer aos filhos
que se deve orar e ler a Bíblia diariamente, se os pais não o fazem?
Como
ensinar seus filhos que devem ir à igreja assiduamente,
se não o fazem? Como querer que os filhos tenham intimidade com o Senhor, se
não lhes ensinam as passagens bíblicas? Instruir o menino no caminho em que
deve andar, eis o que manda dizer a Bíblia Sagrada.
- Devemos dedicar parte de
nosso dia à devoção individual, mas também devemos dedicar parte de nosso dia
para a devoção familiar. Como poderemos ser responsáveis diante de Deus com os
nossos filhos, se não nos preocupamos em seu crescimento espiritual?
Há muitos crentes que, numa forma absurda,
defendem que os filhos devem, primeiro, atingir a maturidade para que decidam
se servirão a Deus, ou não. Este pensamento é um conceito antibíblico e que não
pode ser compartilhado por um verdadeiro crente. O crente ama o próximo como a
si mesmo e como poderá deixar ao léu o seu próprio filho?
Como considerar como possível que um filho
seu, que nasceu num lar de um crente, possa ser mantido à margem da Palavra de
Deus, à margem de um contacto mais íntimo com o Senhor? Evidentemente trata-se
de uma astuta mentira satânica, a que muitos crentes têm dado crédito.
- Se quisermos ser valorosos
instrumentos na mão do Senhor, temos de começar em nossas próprias famílias,
junto a nossos filhos. Não é por acaso que Deus inicia o ministério de muitos escolhidos
Seus, na Bíblia Sagrada, com determinação para que este ou aquele nome fosse
dado a um filho do vaso escolhido.
O gesto de dar nome a um filho é a primeira relação
que se estabelece entre pai e filho e é neste primeiro ato da relação entre pai
e filho que começa o ministério do homem de Deus (cfr. Gn.5:21; Is.8:3,4;
Os.1:4-11).
Em o Novo Testamento, um dos
requisitos para que sejam escolhidos ministros na casa de Deus é o seu comportamento
junto aos filhos (I Tm.3:4,5), pois, como diz o texto sagrado, como alguém
que não cuida bem de seus
filhos, poderá cuidar bem da igreja de Deus?
- Mas,
para que haja a instrução na Palavra do Senhor, é mister que se tenha comunicação
entre pais e filhos. Um dos grandes problemas que temos, nos nossos dias, é a
falta de diálogo entre pais e filhos. Pais não se comunicam com os filhos, não
há sequer uma conversa um pouco mais longa entre pais e filhos durante vários dias
na semana.
O corre-corre do cotidiano
agitado de nossas cidades, não raras vezes, faz com que pais e filhos não
estejam em casa na maior parte dos dias
e até não se vejam durante dias. Entretanto, este estado de coisas deve
ser driblado pelos pais, pois a falta de comunicação entre pais e filhos é uma
brecha que impedirá que se erga um muro contra o pecado e o mal em volta de
nossos filhos.
Devemos cuidar para que,
pelo menos durante um período, a família possa conversar diariamente e
dialogar, momento em que, senão diariamente, com uma frequência no mínimo
semanal, seja realizado também um culto doméstico.
É preciso que cuidemos da estrutura espiritual
de nossos filhos, mas devemos dialogar e ficar sabendo dos sentimentos, das
preocupações, das lutas de cada um. Esta falta de convívio no lar é uma
necessidade indispensável para os filhos e, se em casa eles não conseguirem ter
esta atenção e cuidado, começarão a procurá-lo fora de casa e, sem dúvida,
encontrarão quem se disponha a dar-lhes afeto entre os agentes de Belial (más
companhias, narcotraficantes, pessoas prostituídas e prostituidoras etc.).
- Mesmo dentro de casa,
temos a possibilidade de vermos ser erodido o pouco tempo que teríamos para
desfrutar de um convívio familiar. Os meios de comunicação têm sido responsáveis
diretos pela ausência de diálogo e comunicação entre pais e filhos. Em vez de conversarem,
de ensinarem a Palavra de Deus, muitos pais preferem dar atenção a programas de
televisão ou a navegações na internet, de modo que a orientação bíblica e afetiva
acaba sendo substituída pelas mensagens explícitas ou subliminares das programações
destes meios de comunicação, mensagens estas que, via de regra, divulgam e estimulam
condutas totalmente contrárias à Palavra
do Senhor.
Sobre os meios de comunicação,
devemos aqui enfocar que este tempo não pode ser desperdiçado. Que os pais possam
seguir os conselhos de Paulo e remir o tempo, porque os dias são maus (se já o eram
no tempo de Paulo, que dirá hoje, em que sentimos que a vinda do Senhor se aproxima)
(Ef.5:15,16; Cl.4:5).
- O culto doméstico deve ser uma reunião simples,
com reverência, em que, numa mensagem que possa ser compreendida por todos, a
família louve ao Senhor, ore e compartilhe de suas ansiedades e expectativas,
agradecendo a Deus pela salvação e livramentos e pedindo a intervenção divina
para a supressão das necessidades existentes.
Com a participação de todos,
ouça uma mensagem do Senhor através de algum de seus membros e, depois, seja o
culto encerrado. Parece algo muito simples, mas sua frequência trará resultados
que só no futuro os pais saberão.
Temos a certeza de que o adversário procurará
sempre impedir a realização deste culto, mas, com fé no Senhor e discernimento,
poderemos restaurar esta grande arma que temos à nossa disposição para a boa
educação e formação de nossos filhos.
- A terceira regra que vemos
no relacionamento dos pais com os filhos é a que os pais não devem provocar a
ira a seus filhos (Ef.6:4). Aqui temos um mandamento que inclui a questão da
correção dos filhos pelos pais, questão
importante e que deve ser analisada dentro de seus parâmetros bíblicos.
- Os gentios possuíam regras
extremamente duras no que respeita à correção dos pais pelos filhos. Até mesmo
os romanos, que foram o povo que mais avançou na Antiguidade em termos de
direito, reconheciam ao pai o direito de vida e de morte sobre os filhos, ou
seja, o pai era o senhor absoluto do filho. A própria palavra
"família" contém a ideia de posse e de propriedade, pois
"famulus" era o escravo, o servo. Assim, o filho não tinha melhor condição,
em certo aspecto, do que o próprio escravo.
Esta ideia acabou sendo herdada
pela cultura originária de Roma, onde se incluem os povos latinos, como o
nosso.
- Entretanto, a Bíblia Sagrada trazia um outro
conceito quanto a este assunto. Os pais foram considerados, como já vimos
supra, como pessoas que tinham deveres em relação aos filhos, algo que era
impensável no ambiente gentílico. Assim, embora tivessem autoridade sobre os
filhos, os pais são concebidos, na Palavra de Deus, como alguém que age com autorização
divina, a Quem incumbe, com exclusividade, todo o senhorio. Em sendo assim, os
pais devem atuar com respeito a Deus e debaixo dos princípios divinos.
Não podem os pais decidir sobre a vida e a
morte de seus filhos, portanto, nem tampouco atingir-lhes a integridade física,
moral e psíquica. Falamos isto, pois, há uns anos atrás, ficamos constrangidos
ao sermos interpelados por uma assistente social forense que nos pediu esclarecimentos
sobre os ensinamentos das Assembleias de Deus com relação à educação de filhos,
pois os últimos três casos graves de maus-tratos naquela cidade tinham sido praticados
por pais que se diziam membros assíduos e participantes de nossa denominação.
OBS: "…O controle e a
disciplina das crianças eram cuidadosamente moderados pelos suaves preceitos
que os Sábios Rabínicos haviam ensinado. Eles fornecem um estudo curioso em
contraste com os regulamentos legais e os costumes dos pais em voga entre os
romanos e seus contemporâneos.
Segundo a lei romana, o pai,
enquanto estivesse vivo, continuava sendo o senhor absoluto das ações e dos
destinos dos filhos. Entre os judeus, entretanto, o filho, depois de casado,
ficava livre para levar uma vida independente, e, contanto que se conduzisse
honestamente e não fosse culpado de desrespeito filial, não era responsável por
seus atos perante o pai.
Desde os primeiros anos da
Era Rabínica, os pais eram advertidos para que não fossem desmedidamente
rigorosos com os filhos, especialmente ao impor disciplina aos filhos e às
filhas mais velhos.
Era-lhes apontado que o
castigo muitas vezes faz com que a criança fique amargurada e ressentida, e
poderia provocar nela um comportamento agressivo, prejudicando assim a sua
atitude e afetando-a para toda a vida.
Ao contrário, os pais eram aconselhados
a demonstrar tolerância e a agir suave e pacientemente com uma criança rebelde
ou desobediente, usando com ela da razão ao invés da força (…).
Tornou-se uma
prática tradicional e bastante generalizada entre os judeus o corrigir os
filhos não violentamente, com a vara, mas suavemente, com amor, e com a
argumentação.
Duas máximas do Talmud
tornaram-se linhas mestras para os pais: ' Não ameaces a uma criança; castiga-a
ou perdoalhe… Se tens que bater em teu filho, faze-o com um cordão de sapatos'…" (AUSUBEL, Nathan.
Relações familiares, esquemas tradicionais de.In: JUDAICA, v.6, p.710) - Não
ter o direito de ofender a integridade física, moral e psíquica dos filhos não
significa,
em absoluto, que o pai não
tenha o direito de corrigir seu filho, direito, aliás, que é, antes de tudo, um
dever. A correção do filho é uma demonstração de amor do pai pelo filho (Hb.12:9).
Não corrigir o filho, deixá-lo à própria sorte, como têm defendido muitos psicólogos
e apologistas da libertinagem nos nossos dias, é algo impensável para quem tem responsabilidade
com os filhos que trouxe ao mundo, como também compromisso com Deus. Daí porque
ser um rotundo absurdo querer-se retirar o direito de correção dos pais, como a
famigerada “lei da palmada” que se pretende aprovar no Congresso Nacional por iniciativa
do governo.
- É preciso corrigir o
filho, inclusive com uso moderado da força física, se necessário for, pois,
como diz Salomão, " não retires a disciplina da criança; porque,
fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá" (Pv.23:13). Observe bem o
que diz o texto sagrado: devemos fustigar a criança com a vara, ou seja,
podemos corrigir a criança com uso de força física, mas desde que o façamos com
moderação, com equilíbrio.
Fustigar significa bater com alguma coisa
flexível, levemente, sem causar traumas, hematomas ou ferimentos. A nossa lei
civil, inclusive, diz que somente perde o poder familiar (ou seja, a autoridade
sobre os filhos), o pai (ou mãe) que castigar imoderadamente o filho (artigo
1638, I do Código Civil), numa prova de que a ideia que tem sido divulgada (em
especial pela mídia) de que não se pode sequer encostar num filho para fins
de correção é uma mentira e mais um movimento
em prol da desordem e da destruição da família. O castigo equilibrado é possível
e não constitui em qualquer ilegalidade perante os homens, bem como diante de Deus.
- Agora, para que um pai
possa corrigir, é preciso que, antes, ele tenha ensinado seu filho. O que temos
visto é que muitos pais têm corrigido seus filhos, têm castigado sem que,
antes, tivessem ensinado seus filhos. Os pais devem agir conforme os
ensinamentos da Bíblia Sagrada e as próprias Escrituras indicam quais são os
níveis que devem ser seguidos pelos pais, os mesmos níveis com os quais Deus
nos ensina a seguir Sua vontade(cfr. II Tm.3:16).
Em primeiro lugar, os pais devem ensinar seus filhos. Ninguém nasce sabendo e precisamos
ensinar nossos filhos o certo e o errado, o que agrada a Deus e o que não Lhe agrada.
Em segundo lugar, devemos redarguir nossos
filhos, ou seja, caso não tenham compreendido o ensinamento dado,
devemos repeti-lo, mormente nos dias em que vivemos em que o bem virou mal e o
mal, bem (Is.5:20).
Embora ensinemos nossos
filhos a Palavra de Deus, é certo que sofrerão eles a influência dos ambientes
que estão a frequentar, o que os levará a tomar atitudes contrárias aos nossos
ensinos. Devemos, então, redargui-los, ou seja, repetir os ensinamentos. O
terceiro nível é o da correção. Se houver, após a repetição dos ensinos, a
repetição da atitude errônea, chega o
momento do castigo, o momento da correção, com a utilização de medida que seja
suficiente para a correção.
OBS: "…é responsabilidade dos pais dar aos
filhos criação que os prepare para uma vida do agrado do Senhor. É a família, e
não a igreja ou a Escola Dominical, que tem a principal responsabilidade do
ensino bíblico e espiritual dos filhos.
A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos
filhos.…" (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Pais e filhos.p.1839).
- Quando corrigirmos nossos
filhos, não podemos, em hipótese alguma, demonstrar revolta, ódio, raiva ou
ira. Se o pai estiver com este sentimento, não deve disciplinar seu filho
naquele instante. Deixe para um instante em que estes sentimentos e emoções deploráveis
tenham passado, pois o objetivo da correção não é a vingança contra o filho, nem
criar revolta, ódio ou amargura entre pai e filho. É preciso que tudo seja
feito com a finalidade de ensinar a virtude e o valor para o filho.
Verdade é
que a correção gera uma tristeza momentânea no filho (Hb.12:11), mas jamais
podemos permitir que esta tristeza se torne em amargura e, muito menos, em raiz
de amargura (Hb.12:15). Tudo deve ser feito debaixo da orientação divina e com
temperança, ou seja, domínio próprio, que é uma das qualidades do fruto do
Espírito Santo (Gl.5:22).
OBS: " …Na criação dos filhos, os pais não
devem ter favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e castigar somente
faltas intencionais, e dedicar sua vida aos filhos, com amor compassivo,
bondade, humildade, mansidão e paciência (Cl.3.12-41,21).…" (BÍBLIA DE
ESTUDO PENTECOSTAL.Pais e filhos.p.1839).
- É este o sentido da
expressão bíblica "não provocar a ira aos filhos" que se encontra em Ef.6:4.
Devemos agir de tal maneira que o nosso amor seja sentido pelo filho, ainda que
inconscientemente.
Um dos grandes erros da
educação dos antigos, movidos ainda pelo traço cultural remanescente da ideia
de senhorio absoluto sobre o filho, era o de desconsiderar totalmente o filho,
quase que desumanizá-lo, considerando-o como um saco de pancadas, como um local
de descarga de frustrações. Isto somente gera ódio e revolta e, com tristeza,
vemos que o comportamento de muitos crentes tem sido este, a afastar seus filhos
da igreja.
Sem dúvida, este tem sido um dos principais fatores para explicar
porque, sendo apenas 20%(vinte por cento) da população brasileira formada de
evangélicos, os filhos de evangélicos representem mais de 40% (quarenta por
cento) da população carcerária ou de unidades de adolescentes infratores, uma
triste estatística a demonstrar quanto temos de nos movimentar para cuidar de
nossas famílias.
OBS: " Os pais são
responsáveis pela educação dos filhos. Deus tem os pais como responsáveis por
educar os filhos - não os avós, nem escolas, nem o Estado, nem grupos para
jovens, nem colegas ou amigos. Embora cada um desses grupos possa influenciar
as crianças, o dever final continua com os pais, e especialmente com o pai, a
quem Deus nomeou como 'chefe' para comandar e servir a família.
São necessárias duas coisas para se ensinar:
uma atitude correta e uma base sólida. Uma atmosfera permeada de críticas
destrutivas, condenação, expectativas irreais, sarcasmo, intimidação e medo 'provocarão
a ira de uma criança'. Em tal atmosfera, não pode ocorrer um ensinamento
profundo.
A alternativa positiva seria
uma atmosfera cheia de estímulo, ternura, paciência, escuta, afeição e amor. Em
tal atmosfera, os pais podem construir nas vidas dos filhos a preciosa base do
conhecimento de Deus.…" (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Dinâmica do Reino. Ordem
familiar. Ef.6.4, p.1331). Este mesmo princípio encontra-se reproduzido na
Constituição brasileira, no artigo 229, que diz que "Os pais têm o dever
de assistir, criar, educar os filhos menores…", como também no Código
Civil, que coloca como primeiro dever dos pais " dirigir-lhes a criação e
educação" (artigo 1634, inciso I).
- Outra regra do relacionamento entre pais e
filhos é a que determina que os pais criem seus filhos na doutrina e
admoestação do Senhor (Ef.6:4b). Já falamos supra sobre a necessidade de os
pais ensinarem a seus filhos os valores e os princípios estabelecidos por Deus
nas Escrituras.
Mas, além de ensiná-los a
Palavra de Deus (e só pode ensinar quem já aprendeu), é necessário que
estejamos sempre prontos a guiar nossa conduta educativa na Palavra do Senhor.
Devemos ensinar e corrigir conforme a Bíblia nos ensina. Todas as nossas
decisões em relação aos nossos filhos devem levar em conta, em primeiro lugar, o efeito que
terá sobre a vida espiritual de nossos filhos aquela decisão.
Lamentavelmente,
muitos têm feito enormes planos e se sacrificado sobremodo para dar a seus
filhos o melhor que puderem em várias áreas de sua vida, mas estão totalmente despreocupados
com a vida espiritual de seus filhos.
Sacrificam-se para saciar
desejos consumistas de seus filhos, para deixá-los "na moda", com os brinquedos de última geração,
atualizados com os diversos modismos que surgem a cada instante, de estudarem nas
melhores escolas, de terem os principais modos de lazer, mas não se preocupam
com a vida espiritual de seus filhos.
Não buscam o reino de Deus e
a sua justiça para seus filhos, em primeiro lugar (Mt.6:33), e o resultado é um
grande fracasso espiritual que atrairá outros fracassos nos outros campos da
vida. É preciso que ponhamos Deus em primeiro lugar nas vidas de nossos filhos,
para que eles possam optar por mantê-l’O nesta posição quando alcançarem a
maturidade.
OBS: " É obrigação
solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a disciplina
condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta
cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego,
profissão, trabalho na igreja ou posição social (cf. Sl.127.3).…" (BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. Pais e filhos. P.1839)
“…A importância primordial que o
judaísmo rabínico deu à missão de educar filhos e filhas no caminho da virtude
era exemplificada na seguinte parábola talmúdica. Quando os israelitas estavam
reunidos no Monte Sinai para receber a Torah das mãos de Moisés, Deus exigiu
deles: ‘ Primeiro deveis oferecer-me uma garantia de que observareis os mandamentos
da Torah’. Os israelitas responderam: ‘ Nossos pais garantirão isto por
nós’. ‘Não!’, protestou Deus, ‘ vossos
pais foram pecadores’.
‘Então os Profetas darão garantia por nós’, continuaram
os israelitas. ‘Não!’, disse Deus, ‘eles, também, pecaram contra mim.’ Os
israelitas ficaram desanimados. Timidamente sugeriram: ‘ Talvez os nossos filhos
pudessem ser nossa garantia?’ “Vossos filhos!’, exclamou o Criador alegremente,
‘ a eles Eu aceitarei’. E então Ele deu a Torah para os israelitas…” (AUSUBEL,
Nathan. Relações familiares, esquemas tradicionais de. In: A Judaica, v.6, p.708-9)
- Todas estas regras que
foram enunciadas, na verdade, podem ser resumidas em uma simples, mas profunda
frase: os pais devem amar seus filhos. Somente amando os filhos, os pais se
disporão a cumprir as regras apresentadas pela Palavra de Deus no relacionamento
entre pais e filhos.
Aqui não pode,
em absoluto, ser adotada a regra do cientista político Nicolau
Maquiavel, segundo a qual, o governante deve preferir ser temido a ser amado.
Na família, o pai, para ser temido, deve, antes de tudo, amar e ser amado.
OBS: "A essência da
educação cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se para o coração dos
filhos, a fim de levar o coração dos filhos ao coração do Salvador ."
(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Pais e filhos. p.1839).
- Quando Deus Se apresenta
como nosso Pai, sendo, como o é, amor (I Jo.4:8), está nos indicando que a
relação entre pais e filhos deve ser, sobretudo, um relacionamento de amor.
É preciso que os pais amem
seus filhos e que os filhos amem seus pais. Sem amor, não é possível
estabelecer-se uma relação de paternidade sadia e bem sucedida.
- Amar significa estar
disposto a se privar do que for mais precioso em favor do filho. Assim como
Deus demonstrou Seu grande amor enviando o que tinha de mais precioso (Jo.3:16),
os pais devem estar dispostos a dar o melhor de si em favor de seus filhos.
Esta consideração é importante,
pois, depois de Deus, devemos devotar nossa atenção e amor para a nossa
família. Sim, a família tem prioridade na escala de valores de um servo de Deus,
mesmo se ele for ministro ou obreiro. Muitos homens de Deus têm maculado ou até
perdido seus ministérios exatamente por não se conformarem a esta verdade
bíblica.
Em prol da obra do Senhor, descuidaram de seus
filhos e, hoje, toda sua prole está distanciada dos caminhos do Senhor e o
obreiro com sua credibilidade e autoridade fortemente abaladas perante a
igreja, pois, se não se governa bem a sua casa, como se governará bem a casa de
Deus? (II Tm.3:5).
OBS: " Tenham tanto amor e desvelo pelos
filhos, que estejam dispostos a consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor,
para que se aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a vontade do
Senhor." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Pais e filhos. p.1840).
- Amar significa cuidar,
acompanhar, consolar. Só quem ama é capaz de compartilhar, de cuidar, de
acompanhar. Por ser amor, Jesus prometeu estar conosco todos os dias até a consumação
dos séculos. Por ser amor, Deus é o nosso socorro bem presente na angústia.
Muitos pais, atualmente, são
egoístas, individualistas, pensam só em si e, portanto, não estão dispostos a
"perder seu tempo" com seus filhos. Deixam-nos ao léu, à sorte e aos cuidados
de quem se compadecer dos pequenos.
Não gastam seu tempo para saber o que seus
filhos estão aprendendo, com quem estão andando, o que estão fazendo, como está
sendo seu desempenho escolar. Como consequência disto, seus filhos são adotados
pelas mensagens subliminares satanistas, pelos narcotraficantes, pelas gangues
juvenis, pelas redes de prostituição.
Nem se pense que estejamos falando de pais mundanos, mas muitos crentes
agem assim também. As lágrimas que vertem no futuro são o resultado desta falta
de amor.
- Amar significa corrigir, como vimos supra.
Como Deus nos corrige porque nos ama (Hb.12:6), assim também devemos corrigir
nossos filhos se, realmente, temos amor por eles. Aliás, a psicologia
ensina-nos que, algumas vezes, o filho desobedece exatamente para que seja
corrigido e, assim, sinta o amor dos pais.
- Amar significa demonstrar afeto. Deus, mesmo
sendo Espírito, sempre procura demonstrar Seu amor para com o homem através de
sensações e de experiências pelas quais o homem entenda o afeto que Deus tem
para conosco.
Assim, quando Se apresentou
ao profeta Elias, Deus manifestou-Se como uma voz mansa e delicada (I
Rs.19:12), tendo o salmista utilizado a expressão "beijai o Filho"
(Sl.2:12), numa clara atitude de demonstração de afetividade, que deve
prevalecer nas relações entre Deus e o homem.
Pois bem, se há afeto numa
relação espiritual, que não se dirá de uma relação humana entre pais e
filhos? O afeto é uma característica que
deve estar presente nas relações entre pais e filhos. Não devemos ter receio em
beijar, abraçar, dar colo ou ter outras demonstrações de afeto para com nossos
filhos. A emoção e o sentimento devem sempre ser presentes e constantes no
ambiente familiar.
- Amar significa buscar
sempre o melhor para o filho. Só quem ama se esforça para trazer o melhor para
seu filho. Lembremo-nos de que Jesus considerou que, mesmo sendo maus, os pais
jamais iriam buscar o mal para seus filhos (Mt.7:9,11). Pensemos, pois, se para
Jesus assim deve se portar um pai ímpio, o que o Senhor não estará a esperar de
um pai crente?
- A presença de amor no
relacionamento com os filhos leva-nos, mais uma vez, à questão do desejo de ter
filhos e das circunstâncias pelas quais forma estes filhos gerados. É preciso conscientizarmos
os jovens e adolescentes a respeito do que significa ter filhos, das consequências
que os filhos trarão para a vida dos pais e de como nossas vidas devem ser pautados
com compromissos e responsabilidades diante de Deus e dos homens.
O Brasil é o país em que se tem a maior média
mundial de aumento de gravidezes precoces, segundo os dados das Nações Unidas.
A prostituição e a promiscuidade sexuais têm sido fatores decisivos para que
atinjamos estes índices alarmantes e que trazem prejuízos enormes para toda a
sociedade.
É uma realidade que tem
avançado, inclusive, em lares de servos do Senhor. Que possamos aproveitar a
ocasião desta lição para mobilizarmos nossas igrejas locais para esta grande
ameaça que cerca a igreja e a nossa juventude.
- Amar significa interceder. Devemos interceder
diante de Deus por nossos filhos em todos os momentos e instantes. Devemos
ensinar-lhes o valor da oração e da busca incessante da presença do Senhor. Se
realmente amamos os nossos filhos, estaremos sempre por eles suplicando a Deus,
a exemplo do que fazia o patriarca Jó (Jó 1:5).
III
– ENFRENTANDO A REBELDIA DOS FILHOS
- A autoridade paternal, como se
verificou, está baseada numa necessidade
de impressão de disciplina sobre os filhos que estão em sua companhia, mas uma disciplina
que envolva o exemplo e o amor, que são os guias de toda educação familiar.
A autoridade paternal,
entretanto, não se esgota no ambiente familiar, mas repercute no restante da
sociedade, pois, gradativamente, os filhos vão se envolvendo em diversos grupos
sociais, criando-se, assim, a questão atinente à autoridade paternal em relação
aos demais grupos sociais.
- Os pais são responsáveis
pelos atos de seus filhos na sociedade, enquanto estes filhos estão submetidos
à autoridade e na sua companhia, como nos informa o artigo 932, inciso I do
Código Civil. Ora, se assim é na lei imperfeita dos homens, como queremos que
seja diferente perante Deus, cuja Palavra nos diz que os filhos são herança do
Senhor?
Os filhos são dados aos homens por Deus e
deveremos prestar contas a Deus da educação que demos aos nossos filhos e do
que farão eles na sociedade. Muitos procuram eximir-se de toda e qualquer
responsabilidade, alegando que a responsabilidade dos homens é individual
diante de Deus, o que, efetivamente, é uma realidade bíblica.
Mas jamais nos esqueçamos de
que os homens aprenderam seu “modus vivendi” junto a seus pais e, portanto, as
inclinações e tendências que apresentarem têm muito a ver com o tipo de
educação que receberam, de forma que o reto e supremo Juiz sabe, muito bem, até
que ponto os pais foram responsáveis pela conduta praticada pelos seus filhos
na sociedade.
É interessante notar que as personagens
bíblicas, via de regra, são apresentadas como “filho de...”, com a
identificação do pai, numa clara demonstração de que o nome do pai é sempre
associado ao indivíduo, a revelar que tem ele uma dose de responsabilidade pelo
comportamento que o filho tem na comunidade (aliás, com relação aos reis de
Judá, são citados não só o pai, via de regra o rei anterior, mas também o nome
da mãe).
- Na igreja local, que é,
também, um grupo social, a situação não é diferente. Os pais devem ser
devidamente responsabilizados pelo comportamento de seus filhos na igreja
local. A igreja é dotada de autoridades, pois quis Deus que a igreja local
tivesse um governo, a fim de promover o aperfeiçoamento dos santos (Ef.4:11,12;
Rm.12:8; I Co.12:28). Mas a igreja jamais deve intervir no ambiente familiar, a
pretexto de fazer valer a sua autoridade.
Em havendo distúrbios na igreja local que
indiquem que há uma má educação por parte dos pais ou em que a autoridade
paternal é colocada em xeque, faz-se mister que haja a devida responsabilização
dos pais, por parte do governo da igreja, que se deverá colocar à disposição
para ajudar no encaminhamento da restauração da situação conforme ao modelo bíblico,
mas jamais tomar atitudes que desautorizem a autoridade paternal ou, ainda, promovam
uma violação da intimidade familiar.
Deve-se, sempre, em
conflitos desta ordem, separar-se o que é próprio da igreja e o que é próprio
da família, fazer valer a autoridade paternal naquilo que não ofender aos
princípios da Palavra de Deus e se tomar uma atitude conciliatória, de
acompanhamento e de ajuda em atos e em oração.
- Neste particular,
entendemos que cabe à igreja local, com muito cuidado, bem orientar os pais e
os filhos no tocante ao que se denominou
chamar de “crise dos pais imperfeitos”, como a denomina Stephen Kanitz,
“…que surge quando o adolescente descobre que o pai e a mãe não são as pessoas
perfeitas que eles imaginavam.
Embora muitos pais nunca
tenham insinuado nada nesse sentido, os próprios filhos os idealizam como
perfeitos. Como a maioria não o é (diríamos nós, pessoa alguma o é), mais dia
menos dia ocorre a grande decepção.
Muitos pais pioram a situação dando a entender
que nunca erram, que sabem tudo e que são, em suma, o máximo. Até o dia em que
o mundo desaba, e a verdade nua e crua aparece: ninguém é perfeito.…” (KANITZ,
Stephen. A crise dos pais imperfeitos. Veja, edição 1847, ano 37, nº 13, 31
mar.2004, p.20). Ao pregar o evangelho e ensinar a Palavra de Deus, a igreja
deve estar pronta a ensinar pais e filhos que todos os homens são pecadores,
que os pais devem ser tomados como exemplos, mas que o grande exemplo a ser
seguido é Jesus Cristo, o único que nunca pecou (Hb.4:15;12:1,2).
- Nos nossos dias, como já
temos falado neste estudo, muitos pais têm perdido a autoridade no lar, o que
tem trazido grande prejuízo para as famílias e, em consequência, para a própria
sociedade. Quando não se tem a noção de autoridade em casa, os filhos jamais se
submeterão a qualquer outra autoridade, seja na escola, seja perante o Estado,
gerando-se um clima de indisciplina e de total desordem, como o que estamos a
viver na atualidade, criando-se um vazio que é, imediatamente, preenchido pela
força e pela intimidação.
- Para que os pais, que já
perderam a autoridade, voltem a recuperá-la, é imperioso que algumas
providências sejam tomadas. Deve-se fazer um exame retrospectivo e, a exemplo
do que Jesus aconselhou à igreja de Éfeso, descobrir onde ocorreu a queda, onde
se iniciou o processo de perda da autoridade (Ap.2:5).
- O primeiro ponto que deve
ser feito num processo de recuperação da autoridade perdida é o de retomada do lugar criado por Deus aos pais no
lar. Muitos pais, por terem necessidade de trabalhar fora, confiam a terceiros
a criação e educação dos filhos, atitude que é indelegável.
Embora os pais não possam
ficar na companhia diuturna dos filhos, por causa da necessidade que têm de
prover o sustento, isto não significa, em absoluto, que venham a delegar a
outros a tarefa de criar e educar os filhos. Educar e criar é algo que fica mais
difícil de ser feito sem que se esteja na companhia do filho, mas não é
impossível de ser feito.
Os pais devem estar cientes
de tudo o que está se passando com o filho, exigindo relatórios diários e
precisos das pessoas que fazem companhia aos filhos, procurando conversar com o
filho diariamente, não permitindo que haja um lapso de comunicação, como também
acompanhando a rotina escolar e as companhias dos filhos.
O pouco tempo que se tem no
lar deve ser, prioritariamente, voltado para a comunicação com os filhos. A ausência
física durante boa parte do dia não pode ser uma ausência afetiva nem moral.
Devem ser, também,
estabelecidos limites e parâmetros para as pessoas que ficam na companhia dos
filhos. Podemos entregar, por absoluta necessidade, nossos filhos à companhia
física de terceiros, mas jamais podemos entregar-lhes a criação e educação dos nossos
filhos, tarefa que é dos pais e tão somente dos pais.
- O segundo ponto que deve
ser feito num processo de recuperação da autoridade perdida é do perdão. Os
pais, para voltarem a ter autoridade no lar, deverão, antes, assumir, perante seus
filhos, naturalmente se conscientes e dotados de uma certa maturidade, as
falhas da ausência, pedindo-lhes perdão e assumindo o compromisso de não
deixá-los desamparados dali para a frente.
É muito fácil, diante de um percalço, de um
erro cometido pelo filho, que se encontra desamparado e sem orientação,
imprimir-lhe um castigo, uma atitude de desaprovação e reprovação, mas isto não
trará qualquer edificação, caso os pais não assumam também a sua parcela de
responsabilidade e, francamente, perante o filho e a sociedade, peçam perdão e
se disponham a mudar de orientação dali para a frente.
Os pais devem ser
companheiros, devem prevenir más companhias e más orientações dos filhos, mas,
se tiverem sido ausentes, não podem recriminar as funestas consequências desta omissão,
devendo assumir suas próprias falhas e mudar seu comportamento.
- Nesta tarefa de ordenação
da casa, os pais, se necessário, devem pedir a ajuda de pessoas mais
experientes ou de especialistas. Não raro, esta atitude se apresenta necessária
porque os resultados da omissão dos pais já são graves quando há o
arrependimento.
Assim, por exemplo, a
conscientização dos pais de que estavam sendo omissos com relação a seus filhos
ocorre quando os filhos já estão envolvidos com os vícios (em especial, as
drogas) e/ou com a criminalidade. Nestes casos, não basta apenas a retomada da
autoridade paternal, pois, via de regra, os pais não poderão lidar, sozinhos,
com as consequências decorrentes de sua omissão, que envolvem a necessidade de
tratamentos especializados (como a desintoxicação, no caso das drogas, por
exemplo).
Neste instante, faz-se
preciso que os pais peçam a ajuda e orientação de grupos especializados ou de
especialistas, devendo a igreja local ser uma referência para indicação de
profissionais comprometidos com a Palavra de Deus, bem assim, para a
assistência espiritual que se fará necessária num instante delicado como este.
- O terceiro ponto para a
recuperação da autoridade perdida é o de, uma vez efetuados o término da
ausência e obtido o perdão, reiniciar-se o processo do ensino, da instrução, com
as redarguições que se fizerem necessárias e, até mesmo, da correção, pois o
que passou, foi sepultado, não mais deverá ser lembrado (Fp.3:13,14).
Tudo recomeça, devendo haver
a administração das consequências decorrentes dos erros praticados, também,
neste particular, atuando a igreja local, notadamente para impedir que os
efeitos que perduram sejam alvo de rejeição ou discriminação na comunidade, que
também deverá ser perdoadora, tanto quanto os pais e os filhos.
- A igreja local deve se preocupar, assim, como
ninguém, em regularizar a situação das famílias que foram vitimadas por fracassos
em seus relacionamentos. A igreja é um local de restauração, de reerguimento
das famílias. Como corpo de Cristo, a igreja deve ser como seu Senhor, ou seja,
ter como missão “…buscar e salvar o que se havia perdido.”(Lc.19:10).
Infelizmente, a igreja não
tem, a contento, desenvolvido esta atividade, sendo muito eficiente na denúncia
do pecado e na execração, mas altamente insuficiente no tratamento e na cura
das famílias, o que se torna mais e mais terrível diante da iniquidade
reinante, onde este número de famílias é cada vez maior.
Nesta tarefa, deverá a
igreja local ressaltar o amor como critério do relacionamento entre pais e
filhos, restabelecendo a autoridade paternal e minimizando as consequências das
falhas existentes mediante uma demonstração do amor divino que há em todos os
crentes em Cristo Jesus
Colaboração para o portal: Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco.
This entry was posted on terça-feira, 14 de agosto de 2012 at 10:14. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
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