LIÇÃO Nº 2 – OSEIAS, A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS
O
livro de Oseias mostra as tristes consequências do pecado, mas a disposição
firme de Deus, em virtude de Seu amor, restaurar o pecador.
INTRODUÇÃO
- Iniciando o estudo dos
doze profetas menores, veremos hoje uma visão panorâmica do livro de Oseias, o
primeiro destes livros no cânon da Bíblia.
- O livro de Oseias mostra
as tristes consequências do pecado, mas a disposição firme de Deus, em virtude
de Seu amor, restaurar o pecador.
I
– O LIVRO DE OSEIAS
- Em hebraico,
"Oshea", que significa "Jeová é salvação". O ministério deste profeta é considerado o
mais longo de todos os profetas do Antigo Testamento e durou desde o reinado de
Jeroboão II no reino do norte até depois da própria destruição do reino do
norte, já no tempo de Ezequias no reino de Judá.
- O reinado de Jeroboão II é
o mais longo de todos os reis de Israel (reino do norte), tendo durado 41 anos
(II Rs.14:23), tendo Israel alcançado, neste reinado, o seu último momento de
prosperidade. O final deste reinado dá início ao processo de decadência
irrerversível do reino do norte que culminou na sua completa destruição pelo
rei da Assíria, Salmaneser (II Rs.17:6), apenas 21 anos e 7 meses depois da
morte de Jeroboão II.
- Não se sabe, diante de um
reinado tão longo, quando Oseias começou efetivamente o seu ministério
profético no reino de Israel, mas, como em Os.1:1, é dito que ele profetizou
nos dias de Uzias, rei de Judá, temos que considerar que o ministério dele não
se iniciou antes do 27º ano de Jeroboão II, pois foi neste ano que Uzias
começou a reinar em Judá (II Rs.15:1), o que nos permite inferir que o
ministério de Oseias tenha perpassado, pelo menos, os 51 anos do reinado de
Uzias (II Rs.15:2), os 16 anos do reinado de Acaz (II Rs.16:2) e, pelo menos,
mais de 6 dos 29 anos de reinado de Ezequias (II Rs.18:2), ou seja, um período
não inferior a 73 anos.
- Este profeta assistiu a
toda esta agonia e morte do reino do norte, tendo sido a voz escolhida por Deus
para trazer a última mensagem de arrependimento àquele povo obstinado. Como
homem de Deus, a exemplo do que ocorreria posteriormente no reino do sul (Judá)
com Jeremias, não só Oseias profetizou a respeito da iminente destruição do
povo, como foi testemunha ocular e, mais do que isto, sobreviveu a esta
destruição, pois, em Os.1:1 é dito que seu ministério durou até os dias de
Ezequias, rei de Judá, que começou a reinar no terceiro ano do último rei de
Israel, que também se chamava Oseias (II Rs.18:1) e tudo leva a crer, portanto,
que seu ministério persistiu ainda após a destruição de Israel, já que Ezequias
reinou 29 anos (II Rs.18:2), ou seja, 23 anos após a destruição do reino do
norte.
- Falar em datas da
cronologia bíblica é algo extremamente complicado, ante a diversidade
encontrada, de forma que, quando muito, podemos dar apenas datas aproximadas e,
mesmo assim, como temos visto, não sabemos exatamente quando, a partir do 27º
ano de Jeroboão II, Oseias iniciou seu ministério, como também não sabemos em
que ano do reinado de Ezequias ele findou sua peregrinação terrena.
- Edward Reese e Franklin
Klassen, co-organizadores da “Bíblia em ordem cronológica”, publicada entre nós
pela Editora Vida, data a mensagem de Oseias a partir do ano de 770 a.C.,
mensagem esta referente aos três primeiros capítulos de Oseias que, como
veremos infra, é a primeira parte do livro, época em que Oseias teria sido
contemporâneo do profeta Amós. Há, mesmo, quem entenda que o chamado de Oseias
esteja relacionado com o impacto que a mensagem de Amós teve na vida do
profeta, já que Amós, embora fosse do natural do reino de Judá, foi chamado por
Deus para profetizar no reino do norte (Am1:1).
- Segundo estes estudiosos,
o capítulo 4 de Oseias, que dá início à segunda parte do livro, teria sido uma
mensagem proferida logo após a morte de Jeroboão II, por volta do ano de 762
a.C. O quinto e sexto capítulos seriam mensagens proferidas por volta dos anos
727 e 726 a.C., já no segundo para o terceiro reinado de Oseias, o último rei
de Israel, antes de ele se tornar tributário do rei da Assíria (II Rs.17:3).
- Por fim, o restante do
livro, que diz respeito aos capítulos 7 a 14, seria composto de mensagens
proferidas pelo profeta a partir do ano 724 a 721 a.C., após o rei da Assíria,
Salmaneser, ter feito do rei Oseias um tributário, ou seja, um rei que era
obrigado a entregar tributos periodicamente ao rei assírio, inclusive durante o
período de três anos em que Samaria foi cercada antes de ser invadida por
Salmaneser, que acabou levando cativos todos os israelitas para a Assíria,
destruindo o reino (II Rs.17:4-6). Segundo estes estudiosos, portanto, o livro
de Oseias abarca um período de 51 anos do ministério do profeta Oseias.
- Este longo ministério profético
de Oseias já é um sinal divino a nos indicar a longanimidade do Senhor e a Sua
disposição em sempre receber de braços abertos todo pecador que se arrepende de
seus pecados. Deus é longânimo (Nm.4:18; Sl.103:8; Jn.4:2; II Pe.3:9) e tardio
em Se irar (Ex.34:6; Ne.9:17; Jl.2:13; Na.1:3), pois não tem prazer na morte do
ímpio, desejando, antes, a sua conversão (Ez.18:23; 33:11).
- É dentro desta
característica divina que devemos interpretar o famoso provérbio popular “Deus
tarda, mas não falha”. Muitos entendem este dito como sendo possível que Deus
Se atrase temporalmente. Deus nunca Se atrasa, sempre age no tempo certo. O que
é tardio em Deus é a Sua ira, ou seja, Deus sempre posterga o máximo a
oportunidade para que o homem se arrependa e não venha a sofrer as
consequências dos seus pecados, pois quer que todos os homens se salvem e
venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4). Assim, este dito seria melhor
expresso se dissesse: “A ira de Deus tarda mas não falha”.
- Deus deu a Oseias um
ministério longo porque ele era o último porta-voz do Senhor para as dez tribos
do reino do norte a fim de que elas se arrependessem de seus pecados e, desta
maneira, não viessem a ser destruídas por causa deles. Desde o início do reino
do norte, com Jeroboão I, o povo havia abandonado o culto a Deus e se dedicado
ao culto dos bezerros que Jeroboão I edificara em Dã e Betel (I Rs.12:26-33),
pecado que perdurou durante toda a história do reino do norte e que foi o
motivo principal da destruição daquele reino (II Rs.17:20-23).
- Vemos já neste ponto a
atualidade do livro de Oseias. Assim como nos dias do profeta, também vemos muitos
dos que cristãos se dizem ser, que se constituem no povo de Deus desta
dispensação, igualmente em situação espiritual reprovável, que, a exemplo das
dez tribos do norte, abandonaram os princípios da Palavra de Deus e estão a
cultuar “bezerros”, estão a servir a Deus “do seu jeito”, em total
contrariedade às Escrituras.
- Deus, também, a exemplo do
que fez com Israel, tem levantado homens de Deus para protestar contra este estado
de coisas, trazendo uma mensagem de arrependimento ao povo, mas, também, a
exemplo do que ocorreu com Oseias, o povo não tem dado ouvidos a estas
mensagens, considerando-as “ultrapassadas”, “radicais” e “retrógradas”.
- Assim como Oseias, os
verdadeiros e genuínos cristãos estão atônitos, em situações de muito
sofrimento, inclusive pessoal, como é o caso do próprio Oseias, como havemos de
ver infra, buscando, de todas as maneiras, levar o povo ao arrependimento, mas,
como ocorreu nos dias de Oseias, poucos, pouquíssimos serão aqueles que darão
ouvidos à voz do Senhor. Queira o Senhor que estejamos entre estes que
constituem “o pequeno rebanho do Senhor” (Lc.12:32) e, como o profeta, sejamos
poupados da destruição que sofrerá o povo impenitente.
- A mensagem do livro de
Oseias é uma mensagem de declaração de amor de Deus ao povo do reino do norte,
um convite à restauração em meio a uma corrupção desmedida, que acabaria
levando o reino de Israel à destruição, por sua impenitência.
- Não é por outro motivo
que, dentro do objetivo traçado pelo ilustre comentarista e pelo Setor de
Educação Cristã da CPAD, para que estudemos os profetas menores neste trimestre
sob o prisma das “advertências e consolações para a santificação da Igreja de
Cristo”, tenha ele enfatizado, no livro de Oseias, o aspecto da fidelidade no
relacionamento com o Senhor.
- Oseias foi levantado por
Deus para que anunciasse ao povo das dez tribos do norte que, apesar de sua infidelidade
continuada, durante toda a existência do reino, Deus ainda queria perdoá-los e
manter, com eles, um relacionamento profícuo. Deus não havia Se esquecido de
Sua promessa de fazer de Israel Sua propriedade peculiar dentre todos os povos
e reino sacerdotal (Ex.19:5,6) mas, para tanto, era necessário que Israel
também cumprisse a sua parte, sendo fiéis aos mandamentos que o Senhor dera ao
povo por intermédio de Moisés.
- O livro de Oseias
mostra-nos, com absoluta clareza, que Deus é fiel, não pode negar-Se a si mesmo
(II Tm.2:13), mas que, se formos infiéis, apesar de isto em nada alterar a
fidelidade do Senhor, por causa desta mesma fidelidade, sofreremos as
consequências já pré-anunciadas pelo Senhor ao Seu povo, o que, para Israel, implicava
na perda da posse da Terra Prometida (Dt.28:58-68).
- O livro de Oseias, que tem
14 capítulos, pode ser dividido em duas partes, a saber:
a) 1ª parte - a esposa
prostituída de Jeová é repudiada - Os.1-3
b) 2ª parte - a esposa,
objeto do amor de Deus - Os.4-14
- Em Oseias, Deus revela
todo o Seu amor para com o Seu povo e Seu desejo de restaurá-l’O. Lamentavelmente,
o povo do reino do norte não correspondeu a este amor que se revelou através da
mensagem profética de Oseias e acabou sendo destruído.
OBS: "O Livro de Oseias ante o Novo
Testamento - Diversos versículos de Oseias são citados no NT: (1) o Filho de
Deus é chamado do Egito (11.1; cf. Mt.2.15); (2) a vitória de Cristo sobre a
morte (13.14; cf. 1 Co.15.55); (3) Deus deseja a misericórdia, e não o
sacrifício (6.6; cf. Mt.9.13; 12.7; e (4) os gentios que não eram o povo de
Deus, passam a ser Seu povo (1.6,9-10; 2.23; cf. Rm.9.25,26; 1 Pe.1.10). Além
dos trechos específicos, o NT expande o tema do livro - Deus como o marido do
Seu povo - e diz que Cristo é o marido de Sua noiva redimida, a Igreja ( ver 1 Co.11.2;
Ef. 5.22-32; Ap.19.6-9; 21.1,2,9,10).
Oseias enfatiza a mensagem do NT a
respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3,6;
cf. Jo.17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oseias demonstra claramente o
relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas
as ênfases são resumidas por Paulo em Rm.6.23: 'Porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso
Senhor." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1272).
" Cristo Revelado - Os
escritores do NT descrevem Oseias como o responsável por ensinar a vida e o
ministério de Cristo. Mateus vê, em 11.1, uma profecia que foi cumprida quando
Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com
a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt.2.15). O escritor da Epístola
aos Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem
sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do
perdão misericordioso de Deus (14.2; Hb.13.15). A Pedro, Jesus provê a base
pela qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um relacionamento
com Ele (1.6,9; 1 Pe.2.10).
A Paulo, Jesus cumpre a
promessa de Oseias de que Alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e
traria a vitória da ressurreição (13.14; 1 Co.15.55). Os ensinamentos de Paulo
acerca de Cristo como o Noivo e a Igreja como a noiva correspondem à cerimônia
de casamento e os votos pelos quais Deus entra num permanente relacionamento com
Israel (2.19-20; Ef.5.25-32). Jesus, também, em pelo menos dois de Seus sermões
aos fariseus, tira Seu texto de Oseias.
Quando questionado acerca da
Sua permanência no lar dos pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita
Oseias para mostrar que Deus não deseja apenas palavras vazias ou rituais
desumanos, mas um cuidado genuíno e preocupação
com as pessoas (6.6; Mt.9.13). E, quando os fariseus acusam os
discípulos de Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o mesmo lembrete
de que o coração de Deus coloca o interesse pelas necessidades humanas acima de
formalidades religiosas (Mt.12.7)." (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.852).
- Segundo Finis Jennings
Dake (1902-1987), o livro de Oseias tem 14 capítulos, 197 versículos, 16
perguntas, 26 ordenanças, 10 promessas, 298 predições, 152 versículos de
profecia, sendo 17 versículos de profecias nãocumpridas e 134 versículos de
profecias cumpridas e 10 mensagens distintas de Deus.
- Segundo alguns estudiosos,
o livro de Oseias, o 28º livro da Bíblia, está relacionado com a 6ª letra do alfabeto
hebraico, “vav” (ו), cujo significado é de “unha”, “cravo”, “prego”, “gancho”,
“colchete”, bem como letra que é utilizada como o conectivo da língua hebraica
(“e”). O livro, então, falaria da conexão entre Deus e os homens, da
necessidade que há de união entre Deus e os homens, o que se dá tão somente
pela conversão.
Esta ligação somente foi
possível diante da humilhação de Cristo, que Se fez homem e foi até a cruz,
algo que teria sido tipificado na grande humilhação de Oseias que, como
profeta, foi se tornar marido de uma prostituta cultual.
II – A PRIMEIRA
PARTE DO LIVRO DE OSEIAS – A
ESPOSA PROSTITUÍDA DE JEOVÁ É REPUDIADA
- O profeta Oseias não foi
levantado por Deus apenas para anunciar a mensagem de arrependimento ao povo do
reino de Israel (o reino do norte) ante a iminente destruição que estava para
vir.
- Oseias foi um dos profetas
que Deus escolheu para que, com a sua própria vida, fosse um sinal da mensagem que
estava a anunciar. A primeira etapa do ministério do profeta, pois, que vimos
supra se desenvolveu ainda durante o reinado de Jeroboão II, não foi uma
mensagem verbal, mas uma verdadeira atitude de vida, a fim de que o profeta
“sentisse na própria pele” o que Deus estava a sentir pela infidelidade do Seu
povo.
- Pouco se sabe sobre a vida
deste profeta, havendo quem identifique seu pai como sendo um príncipe rubenita
(cfr. Os.1:1 e I Cr.5:6), o que, entretanto, é mera especulação.
- Também há quem defenda que
Oseias teria sido padeiro (cfr. Os.7:4-9) (posição de N.H. Snaith), o que é refutado
por muitos, pois o livro demonstra que Oseias teve excelente educação, o que
seria incompatível com o exercício de uma profissão humilde como a de padeiro.
- O fato é que o livro de
Oseias se inicia com uma ordem divina ao profeta para que tomasse uma
prostituta como sua mulher (Os.1:2), a fim de que Oseias fosse um sinal, no
meio do povo de Israel, do que aquele povo estava a fazer com o Senhor, pois,
diante do desvio espiritual do povo, o Senhor Se sentia como um marido que se
casara com uma mulher de prostituições (Os.1:2).
- Fator que tem causado
celeuma entre os estudiosos da Bíblia é a história do casamento de Oseias com
uma prostituta, que é o fato que dá início ao livro deste profeta. Muitos não
aceitam que um homem de Deus pudesse se casar com uma prostituta e, por isso,
interpretam este texto como sendo uma alegoria ou procuram explicações, das
mais variadas, a saber:
a) entendem que Oseias teria
recolhido Gomer como uma de suas concubinas, como entendeu Tomás de Aquino, mas
que, igualmente, não pode ser levada em consideração, pois não há qualquer elemento no texto que permita tal
indução.
b) entendem que a mulher
mencionada no capítulo terceiro de Oseias não é Gomer, mas outra mulher, uma segunda
esposa, daí porque teria sido segregada antes da união com o profeta( cfr.
Dt.21:15-17). É a posição de Snaith. É, todavia, uma interpretação que não
explica a aplicação do caso concreto às profecias que estarão na sequência do
livro.
c) entendem que Oseias teria
sofrido de 'obsessão do sexo' em sua juventude e, por isso, teria se casado com
uma prostituta, o que seria 'uma ilustração da luta entre a obsessão
subsconsciente e a pureza do pensamento consciente, o que resultou no fato de
ele ver-se envolvido naquilo que mais aborrecia' (Oesterley e Robinson).
Entretanto, Heavenor, que é quem apresenta esta posição em o Novo Dicionário da
Bíblia(edição em um só volume, p.1159), considera-a "uma ilustração de
como se pode enxertar as categorias do moderno estudo psicológico no texto da
Bíblia", dizendo não haver a menor evidência no livro do profeta desta
suposta obsessão, sendo que o desgosto do profeta com as extravagâncias sexuais
de Israel era tipificamente profética, ou seja, fazia parte da própria mensagem
dada por Deus a Israel, nada mais sendo do que a condenação da idolatria
reinante.
d) entendem que Gomer teria
sido uma prostituta cultual, ou seja, uma mulher que se dedicava à prostituição
nos cultos de fertilidade de Baal e Asera, que resolvera abandonar este modo de
vida e se casar com Oseias mas que, posteriormente, não resistiu e retornou à
vida antiga.
OBS: "...Há forte
probabilidade de que Gomer não fosse prostituta por ocasião de seu matrimônio,
tendo posteriormente se voltado ao adultério e à imoralidade, talvez como
prostituta no templo de Baal. Ao abandonar ao Senhor, ela não somente foi
levada à adoração falsa, mas também ao rebaixamento dos padrões morais. Hoje se
pode ver o mesmo padrão de vida imoral sempre que o povo de Deus se desvia da
genuína dedicação ao Todo-Poderoso..."( Bíblia de Estudo Pentecostal, nota
a Os.1:1, p.1273)
- O que existe, de pronto, é um dogmatismo, ou seja,
um preconceito de estudiosos da Bíblia que veem no histórico do casamento de
Oseias uma ofensa a princípios que, na verdade, não foram inobservados. Deus mandou
que Oseias se casasse com Gomer, mas isto não era pecado, pois não mandou que
fornicasse ou se prostituísse com a mulher, mas que com ela se casasse. Neste
casamento, não havia, portanto, já que não conste que Gomer fosse casada,
qualquer pecado. Raabe, outra meretriz mencionada na Bíblia, consta, inclusive,
da genealogia de Jesus (Mt.1:5).
- Não é por isso,
entretanto, que iremos dizer que um cristão possa se casar com uma prostituta,
se esta não deixou sua vida de pecados, pois não pode haver, entre nós, o jugo
desigual, visto que não há comunhão entre a luz e as trevas - II Co.6:14-18.-
Oseias recebeu um mandado divino para se casar com Gomer, que, certamente,
deixou a vida de prostituições, embora, pouco depois, retornasse a esta vida,
tudo isto com um propósito: o de demonstrar a infidelidade espiritual de Israel
bem como o grande amor de Deus.
- Oseias foi o primeiro
profeta a figurar o relacionamento de Deus com o Seu povo com o casamento, o primeiro
a apresentar como base do relacionamento entre Deus e o homem como sendo o amor,
o que, posteriormente, seria largamente utilizado para se referir tanto a Deus
com Israel, como entre Cristo e a Igreja (cfr. Ef.5:22-32, Ap.19:7; 22:17)
OBS: "...Oseias foi o
primeiro profeta a fazer largo uso do adultério como metáfora da infidelidade
de Israel a YHVH. A infiel mulher de Oseias é apresentada duas vezes (caps.1 e
3) como símbolo alegórico do afastamento do povo da religião. YHVH é o marido
enganado; Israel é a adúltera que deve ser punida por ingratidão. O povo busca
outros 'amantes', os Baals (deuses cananeus), atribuindo-lhes a fertilidade na
agricultura e outros favores concedidos pelo próprio YHVH..."(JUDAICA,
v.1, p.75)
- Os filhos deste trágico
relacionamento também receberam nomes proféticos. O primeiro filho foi chamado Jizreel,
que quer dizer, "Deus espalhará". Era o anúncio do término da
dinastia de Jeú, que se consolidara em Jizreel (II Rs.9:24-37) , mas sem que
houvesse observância da palavra do Senhor. Não só a dinastia, mas o próprio
reino seria destruído não muito tempo depois da queda desta casa real
(Dt.28:62-68).
- O segundo filho, uma
filha, foi chamada Ló-Ruama, que quer dizer "não compadecida",
"desfavorecida" demonstra que o povo de Israel seria destruído sem
compaixão de Deus, visto que não atendera ao seu chamado para o arrependimento
(Ex.33:19; Rm.9:15,16);
- O terceiro filho, um
menino, foi chamado de Ló-Ami, que quer dizer "não-meu-povo",
apontava para o término do pacto entre Deus e Israel, em virtude da
infidelidade, a prenunciar o surgimento de um novo povo que passaria a ter a
bênção de Deus (cfr. Mt.21:33-46; Jo.1:11-13; Rm.9:24-33).
OBS: "...Os filhos de
Oseias recebem nomes simbólicos. O primeiro, 'Jezreel', é assim chamado pelo
lugar em que Jeú massacrou a família do rei Acab (2 Reis 10:11), feito violento
que o profeta presumivelmente desaprova. O segundo, 'Sem Misericórdia',
significa que Deus já não pode amar seu povo'; o terceiro, 'Não meu povo', é
expressão da total condenação de Deus..." (SELTZER, Robert M. In: A
JUDAICA, v.1, p.75).
"...Acredita-se que o terceiro
filho de Gomer, um menino chamado 'Lo-Ami' (que significa 'não meu povo') não
fosse de Oseias. O nome da criança simbolizava a quebra do relacionamento
pactual em consequência da contínua rebelião contra Deus mediante a idolatria.
O povo do Reinodo Norte já não poderia esperar que Deus o abençoasse e o
livrasse de seus adversários. Oseias estava aprendendo, através de sua própria
angústia, sobre como se achava o coração de Deus por causa dos pecados do
povo."( BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Os.1:9, p.1273)
"...Notar a progressão nos
três nomes: 'Jezreel', julgamento ativo; 'Lo-Ruama', passiva tolerância';
'Lo-Ami', sem relacionamento." (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, nota a Os.1.9,
p.853)
- Este episódio mostra-nos,
com absoluta clareza, que o fato de Deus ser bom, amoroso e misericordioso, em nada
altera o caráter de Deus como um Ser justo e que executa juízo sobre os
impenitentes. Deus é amor, mas também é justiça. Deus ama o pecador, mas
abomina o pecado e não tem o culpado por inocente. Por isso, agora, na
dispensação da graça (Ef.3:1-12), oferece uma tão grande salvação na pessoa de
Jesus Cristo, imerecida mas resultado de Seu grande e imensurável amor
(Jo.3:16; Rm.8:35-39; Ef.3:14-19; Lc.4:14-21).
Entretanto, depois de
passada esta oportunidade, haverá o juízo de Deus, sem misericórdia, aos que
rejeitarem a Jesus (Is.61:2b; Mt.25:11,12,30,41-46; Hb.2:1-4; Ap.6:16,17;
11:18; 14:7-10; 15:1).
OBS: "...O nome
'Lo-Ruama' (lit. 'não é compadecida' ou 'ela não recebe compaixão e amor')
significa que Deus, em Sua santidade, declarara ter chegado a hora de cessar a
sua longanimidade e acionar a Sua justiça. O juízo finalmente teria de vir
contra o povo pecaminoso e rebelde." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a
Os.1:6, p.1273).
- Vemos, pois, que o profeta
Oseias começa pregando para o povo através de sua própria vida, sendo absolutamente
fiel ao Senhor e casando com uma mulher de prostituições, a fim de ser, ele
próprio, uma figura do relacionamento entre Deus e o reino do norte (Israel).
- Gomer, após ter tido estes
três filhos, retornou à vida de prostituições (Os.2:5), desprezando todo o amor
que o profeta lhe havia dispensado, já que, além de ter adquirido um lugar na
sociedade, e lugar respeitável, pois, de prostituta cultual passara a ser
esposa de um profeta, também havia tido filhos, o que, para a mulher israelita,
era um sinal de bênção, já que a esterilidade era uma maldição (II Sm.6:20-23).
- Gomer voltou a se
prostituir porque quis voltar a ter o luxo que tinha quando era uma prostituta cultual, queria ter acesso às
coisas deste mundo que somente os seus “namorados” podiam oferecer, e não um
homem como Oseias que, embora não saibamos a sua profissão, naturalmente não
pertencia à elite, até porque, como homem de Deus, não era, mesmo, bem visto
pela sociedade corrupta do reino de Israel.
- Isto nos mostra claramente
que um dos motivos pelos quais os que cristãos se dizem ser saem da presença do
Senhor é, sem dúvida, os inúmeros atrativos que o inimigo de nossa alma lança
no mundo para poder “capturar” os que estão a servir a Deus. Não é por outro
motivo que o Senhor Jesus disse que não devemos julgar segundo a aparência,
mas, sim, segundo a reta justiça (Jo.7:24).
- O mundo oferece aos servos
de Deus um “colorido” todo especial. É o “pão, água, lã, linho, óleo e bebidas”
que chamaram a atenção de Gomer e que a levaram de volta à prostituição. De
igual modo, muitos que são resgatados pelo Senhor tornam ao pecado, enebriados
pelo prazer e gozo oferecidos pelo mundo, esquecendo que tudo o que há no mundo
é passageiro e que somente permanece aquele que faz a vontade de Deus (I Jo.2:15-17).
- Nos dias em que vivemos,
em que as mensagens audiovisuais são proeminentes, é fundamental que tomemos o
cuidado com os nossos olhos, como bem advertiu o Senhor Jesus no sermão do
monte, para que não venham as candeias do nosso corpo ser a fonte de densas
trevas em nossa vida espiritual (Mt.6:22,23). Tomemos cuidado, amados irmãos!
- O profeta Oseias
utiliza-se, em sua mensagem, da própria tragédia pessoal de seu casamento.
Assim como Oseias fora traído por sua mulher, o povo de Israel (reino do norte)
havia traído a Deus, deixando-O e passando a servir a outros deuses,
notadamente os deuses cananeus da fertilidade, cujos rituais imorais e de prostituição
bem ilustravam a vida prostituída que passava a ter a mulher de Oseias.
- A mensagem do profeta
Oseias, no sentido de "contender com a mãe" (Os.2:2), significa que o
remanescente fiel de Israel deveria lutar por uma mudança no estado de coisas,
ou seja, os servos do Senhor devem DENUNCIAR o pecado, não se conformar com
este mundo (Rm.12:2). Anunciar o Evangelho envolve a denúncia do pecado
(Mc.1:14,15; Mt.23:1-3; At.2:37-40).
- A mensagem do Evangelho
deve mostrar que o homem está condenado em seus delitos e pecados e que precisa
de salvação. Não se deve contemporizar com o pecado, mas, tendo amor e respeito
ao pecador, ser clara e contundente na necessidade do arrependimento do homem e
na mudança de vida (Gl.1:6-16; I Ts.2:1-5,13-16).
- O pecado de Israel estava
em atribuir a divindades, como Baal e Asera, que eram adoradas pelos povos que habitavam
a Palestina e que não foram destruídos pelos israelitas em desobediência à ordem
divina (Jz.2:1-4), os benefícios que eram
resultado da bênção divina. Tudo devemos atribuir a Deus, a quem unicamente pertence
a glória e o louvor (Is.42:8; 48:11;
At.12:21-23; Ef.3:20,21; 5:20,21; I Ts.5:18; Ap.5).
- Vemos que havia
prosperidade material nos dias de Jeroboão II, rei de Israel, ou seja, no
início do ministério do profeta Oseias e o povo atribuía este bem-estar a Baal
e a outras divindades. Isto é uma demonstração, das muitas da Bíblia, de que
nem sempre o bem-estar material significa comunhão com Deus ou que dificuldades
financeiras representem uma demonstração de que a pessoa está em pecado. Não
podemos pensar desta maneira, senão correremos risco espiritual (cfr. Sl.73).
- Do mesmo modo, nos dias
atuais, não podemos pôr coisa alguma no lugar de Deus. Somente a Deus podemos
adorar, sendo completamente errôneo o
culto a quaisquer outras entidades, seja qual for a denominação que tiverem
(santos, beatos, orixás, guias espirituais, espíritos, anjos, seres iluminados,
budas, duendes, mestres ascensionais, profetas etc. etc. etc.). Somente Deus
merece adoração (Ex.20:3,4; Dt.5:7,-9; 6:4,5; Mt.4:10; Mc.12:28-34;
At.17:22-31).
- Neste ponto, aliás,
devemos ter muito cuidado com certas afirmações que têm sido encontradas em
nosso meio a respeito dos anjos, pois está havendo verdadeira adoração a anjos
em muitos lugares, sem se falar em louvores onde o papel dos anjos é
superdimensionado, em total contrariedade aos ensinamentos bíblicos. Vigiemos e sigamos os
conselhos que Paulo deu à igreja em Colossos, que também vivenciou este mesmo
tipo de problema (Cl.2:18).
- Apesar da infidelidade de
sua mulher Gomer, o Senhor manda a Oseias que a comprasse e a tomasse novamente
por mulher (Os.3:1,2).Neste gesto, o Senhor faz Oseias, uma vez mais,
representar o papel de Deus no Seu relacionamento com Israel.
- Embora Israel fosse infiel
e, na sua infidelidade, tivesse perdido a própria liberdade, não tendo
condições sequer de, com suas próprias forças, voltar à comunhão com o Senhor,
pois quem comete pecado torna-se escravo do pecado (Jo.8:34), o Senhor promete
providenciar um meio, mediante custo próprio, para resgatar o povo pecador.
- Assim como Oseias teve de
pagar quinze peças de prata e um homer e meio de cevada para adquirir Gomer e a
tomar novamente por mulher, o Senhor teve de pagar o preço do sangue precioso
de Cristo Jesus para resgatar não só os israelitas mas todos quantos crerem em
Cristo Jesus (Jo.1:12-14; I Pe.1:18,19).
- Este resgate do povo de
Israel, entretanto, também resultaria num preço para eles, não só para o
Senhor. Pois Gomer, ao ser resgatada, não foi logo devolvida à sua condição de
mulher pelo profeta, tendo de passar “muitos dias” sem se prostituir, para que
se purificasse de toda a sua imundícia, a fim de que pudesse, novamente, ser do
profeta (Os.3:3).
- Da mesma maneira, o
Senhor, que já havia prometido o resgate e a restauração de Israel quando da mensagem
proferida após o retorno de Gomer à vida de prostituição (Os.2:14-23), afirmou
que a restauração de Israel como povo de Deus somente viria após “muitos dias”
em que os israelitas ficariam sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem
estátua, sem éfode ou terafim, ou seja, após um longo período em que Israel não
teria mais independência como nação, algo, aliás, que foi muito bem
compreendido no período do Segundo Templo por homens como Esdras e Neemias
(Ne.9:36,37).
- Efetivamente, seja quando
da destruição do reino do norte, cujos habitantes se misturaram a outros povos
ou, em número reduzidíssimo, acabaram por migrar para o reino do sul (Judá),
onde se associaram aos (nos dias de Jesus,
inclusive, havia uma profetisa da tribo de Aser, Ana, a demonstrar a existência
destes remanescentes – Lc.2:36); seja quando do cativeiro da Babilônia, quando
Judá também sofreu a penalidade por sua impenitência (o que também foi
profetizado por Oseias, como vemos em Os.6:11 e 12:2), nunca mais os israelitas
voltaram a ter independência política, passando, sucessivamente, pelos domínios
de outros povos, até o ano de 1948, quando restauraram, ainda que sob
contestação de muitos povos, o seu “status” de nação independente, mas, ainda,
sem que o templo tenha sido reconstruído ou que se tivesse comunicação com Deus
(sem sacrifício e sem éfode) e sem que houvesse qualquer manifestação de
idolatria (sem estátua e sem terafim).
- A primeira parte do livro
de Oseias, portanto, é composta de uma mensagem que é mostrada pela própria vida
do profeta. Assim como o profeta teve se de casar com uma prostituta, assim
Deus fez Seu pacto com Israel; assim como o profeta foi abandonado pela
prostituta, que voltou à sua vida de prostituições, assim Deus foi abandonado
por Israel, que voltou para o pecado; mas, assim como Oseias resgatou sua
mulher e, após um determinado período de purificação, fê-la tornar sua mulher
novamente, da mesma maneira o Senhor haverá de restaurar Israel e torná-lo, uma
vez mais, o povo de Deus na Terra, a propriedade peculiar de Deus entre os povos.
- Vemos, nesta primeira
parte do livro, que o Senhor mostra claramente que a Sua fidelidade e os Seus desígnios
são inabaláveis e não podem ser impedidos nem mesmo pela infidelidade do homem
(Jó 42:2), mas os infiéis são devidamente punidos por Deus que, apesar de ser
misericordioso, é justiça (Gn.18:25).
II
– A ESPOSA, OBJETO DO AMOR DE DEUS
- Já na primeira parte do
livro, formada pelos seus três primeiros capítulos, quando vemos como a vida pessoal
e familiar do profeta Oseias torna-se um retrato do relacionamento entre Deus e
o reino do norte (Israel), temos que o Senhor, apesar de apontar a imensa
infidelidade dos israelitas, não deixa
de mostrar o Seu amor e o Seu desejo de que houvesse a restauração.
- Na segunda parte do livro,
formada dos capítulos 4 a 14, temos a pormenorizada descrição deste amor de Deus
para com o povo, como também a intensidade da infidelidade cometida pelos
israelitas e que justificavam plenamente a destruição iminente que se anunciava
e que, lamentavelmente, pela dureza de cerviz daquele povo, ocorreu.
- Agora, as mensagens
anunciadas pelo profeta não têm mais tipificação na vida do profeta, sendo
mensagens dadas aos israelitas, no estilo comum dos profetas.
-, Segundo Reese e Klassen,
estas mensagens passaram a ser proferidas após a morte de Jeroboão II, oportunidade
em que a prosperidade material existente começa a desaparecer e o país entra em
profunda crise político-econômica, já que, após o reinado de Zacarias, o último
rei da dinastia de Jeú e que durou apenas seis meses (II Rs.15:8), os reis que
se sucederam foram resultado de rebeliões e golpes de Estado, numa desorganização
completa do reino que tão somente facilitou seu domínio pela Assíria, a
potência emergente da época.
- Estas mensagens, portanto,
vêm corroborar o que já fora dito pelo profeta com reflexo em sua própria vida pessoal
e familiar, mas que, talvez, tivesse sido desconsiderado pelo bem-estar material
que até então se vivia e que passa a inexistir, problemas estes que, como vemos
em Dt.28, eram prenúncios do juízo divino sobre os que não observassem a lei
mosaica.
- O Senhor é direto no teor
das mensagens que profere por intermédio de Oseias. Diz que há uma contenda entre
Ele e os habitantes da terra (Os.4:1), o que nos faz recordar a “contenda
contra Gomer” da primeira parte do livro (Os.2:2).
- Por que havia contenda
entre Deus e Israel? Porque, em Israel, prevaleciam o perjurar, o mentir, o
matar, o frutar, o adulterar e homicídios sobre homicídios (Os.4:2). Em outras
palavras: em Israel, prevalecia o pecado.
- A causa da prevalência do
pecado, disse o profeta, não era a falta de profetas ou de sacerdotes, pois
eles existiam no meio do povo. A causa da prevalência do pecado era a falta do
conhecimento de Deus, falta esta que levaria à destruição do povo (Os.4:6).
- Temos nestas palavras de
Oseias um paralelismo impressionante com um dos discursos do Senhor Jesus registrados
pelo evangelista João, discurso este que alguns editores de Bíblias denominam
de “discurso de Jesus sobre a Sua missão” (Jo.8:12-59).
- O Senhor Jesus, neste
discurso, também mostra aos judeus que O interpelavam que eles eram pecadores, apesar
de se dizerem filhos de Abraão, porquanto cometiam pecados e, por causa disso,
haviam se tornado escravos do pecado, tendo por pai o diabo e não Deus.
- Neste discurso, também, o
Senhor Jesus foi claro ao mostrar que a única forma de nos libertarmos do
pecado e alcançarmos a verdadeira e genuína liberdade é através d’Ele próprio,
Filho de Deus que é, e de uma maneira muito especial: mediante o conhecimento
da verdade (Jo.8:32), verdade esta que outra não é senão a Palavra de Deus,
como deixará claríssimo e explícito em Sua oração sacerdotal (Jo.17:17).
- O povo de Israel rejeitou
o conhecimento de Deus, não quis se lembrar da lei do Senhor, antes dela se esqueceu
e, por causa desta rejeição, seria destruído (Os.4:6).
- Nos dias em que vivemos, não
é diferente. Muitos dos que cristãos se dizem ser (assim como os judeus se diziam
filhos de Abraão, mas não no eram, como atesta o próprio Jesus no já mencionado
discurso —Jo.8:39,40) também deixam que
o pecado prevaleça em suas vidas. Vivem pecando, sem qualquer modificação de conduta ou de
atitude, negando, com esta vida pecaminosa, que sejam filhos de Deus, pois quem
é nascido de Deus não vive pecando (I Jo.3:9).
- Do mesmo modo que fez o
povo de Israel nos dias de Oseias, estes pseudocristãos rejeitaram o
conhecimento de Deus, esqueceram-se da Palavra de Deus, vivendo conforme os
seus desejos e vontades, deixando de lado tudo quanto se ensina na Bíblia
Sagrada. Não creem na Bíblia, não fazem o que a Bíblia manda, ou seja, em outras
palavras, na prática, não têm a Bíblia como única regra de fé e prática.
- Quando não se quer
conhecer a Deus, o resultado é a destruição. Nos dias de Oseias, a destruição
do povo de Israel foi literal, mas isto era apenas sombra dos dias futuros
(Hb.10:1), tipo da destruição espiritual que vivem aqueles que, embora se
dizendo cristãos, vivem completamente alheios ao que dita a Palavra de Deus.
- Conhecer a Deus, é bom
observarmos, não é o conhecimento intelectual. Conhecer, na Bíblia, tem de ser entendido
no sentido hebraico, ou seja, como envolvimento, intimidade (Gn.4:1). Conhecer
a Deus, conhecer a verdade é envolver-se com Deus, envolver-se com a verdade,
ter intimidade com Deus, ter intimidade com a verdade.
- O conhecimento de Deus
envolve a santificação, que é a separação cada vez maior do pecado, algo que somente
se consegue através da Palavra de Deus (Jo.17:17), da oração (I Tm.4:5), do
temor a Deus (II Co.7:1) e da participação digna na ceia do Senhor (I
Co.11:23-34).
- Os pseudocristãos de
nossos dias, que são o antitipo do povo de Israel a quem Oseias profetizava,
não meditam nas Escrituras Sagradas, não oram, não temem a Deus e participam
indignamente da ceia do Senhor (quando o fazem…) e, como resultado disto, suas
vidas são vidas em que o pecado prevalece, onde tudo o que Deus abomina é
abundante em suas maneiras de viver.
- A frequência de nossas
Escolas Bíblicas Dominicais, de nossos cultos de ensino, de nossos cultos de
oração e de vigília (as vigílias sérias e verdadeiras e não estes “shows” que
se andam realizando por aí, com finalidade meramente arrecadatória) mostra quão
grande é o número destes pseudocristãos, cuja infidelidade é intensa, resultado
de sua rejeição em conhecer a Deus. Vivemos os dias da apostasia e, ao lermos
Oseias, devemos tudo fazer para não pertencermos a este grupo, grupo de “quase
todos” que já tiveram esfriado o seu amor a Deus (Mt.24:12 ARA), amor este,
aliás, que se demonstra pela guarda da Palavra (Jo.14:21,23).
- O resultado da vida
pecaminosa de Israel foi a mais pura cegueira espiritual, a entrega não só à
luxúria e à maldade, mas, também, à idolatria, de tal sorte que passou a ser um
povo sem inteligência (Os.4:11) e sem entendimento (Os.4:14), um povo que é
abandonado por Deus à sua própria sorte, por causa de sua rebelião contra Deus
(Os.4:17).
- Em nossos dias, não tem
sido diferente. Muitos pseudocristãos estão, também, abandonados por Deus por causa
da sua continuada infidelidade, por causa da multiplicação de seus pecados, a
ponto de já vermos alguns destes abraçarem com gosto e soberba suas paixões
infames, inclusive fazendo apologia do homossexualismo, confirmando, assim, que
já se encontram na máxima degradação moral da vida de pecado, como nos mostra o
apóstolo Paulo em Rm.1:24-28, assim como o próprio Senhor em Sua mensagem que
mandou João deixar registrada à Igreja, quando diz que os sujos se sujarão
ainda mais, os injustos cometerão ainda mais injustiça (Ap.22:11).
- A estes pecadores
impenitentes, chamados de “transviados”, o Senhor diz que será “a correção
deles” (Os.5:2) e, por causa desta atitude de injustiça, todos cairão
espiritualmente (Os.5:5). O Senhor afirma que a estes que rejeitarão a Sua
mensagem, não haverá saída, tentarão buscar ao Senhor, mas será tarde demais (Os.5:5).
- O Senhor diz que, por
terem os israelitas buscado escapar da sua destruição como nação junto ao
Egito, então a potência adversária da Assíria, eles seriam consumidos,
porquanto não é no homem que está a salvação, mas, sim, em Deus (Os.5:13).
- Neste ponto, ao mesmo
tempo em que o Senhor lança a Sua sentença, que não tardaria a ser aplicada,
deixa, pela sua misericórdia, uma porta aberta aos israelitas. Afirma que o
Egito não lhes poderia salvar, mas se houvesse “reconhecimento de culpa e busca
da face de Deus”, se fosse o Senhor buscado de madrugada, haveria, ainda, uma
oportunidade de restauração (Os.5:15).
- Por isso, o profeta
convida o povo a vir e se tornar ao Senhor, pois quem havia feito a ferida,
podê-la-ia sarar (Os.6:1). Por isso, o profeta aconselha o povo a que
conhecesse e prosseguisse em conhecer ao Senhor, pois, desta maneira,
restaurada seria a sua condição espiritual, pois o Senhor Se manifestaria “como
a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os.6:3).
- O desejo de Deus é que o
Seu povo O conheça e, por isso, estava Ele a permitir a destruição do povo. Se,
entretanto, o povo tornasse a Ele, experimentaria a misericórdia de Deus, pois
Ele quer misericórdia e não, sacrifício (Os.6:6), expressão, aliás, repetida
pelo Senhor Jesus em Seu ministério terreno, seja quando chamou o publicano
Mateus para ser Seu discípulo, seja quando respondeu aos fariseus que queriam a
condenação de Seus discípulos por terem colhido espigas em dia de sábado
(Mt.9:13; 12:7).
- Precisamos ter em mente
que Deus, por ser fiel à Sua Palavra, irá executar o juízo sobre os
impenitentes, mas que a obra de Jesus, neste mundo, obra esta que estamos a
realizar como membros que somos de Seu corpo, que é a Igreja, é uma obra de
misericórdia, não de sacrifício.
- Assim, não podemos querer
servir a Jesus Cristo neste mundo
mediante ofertas e holocaustos, tendo um excelente desempenho em nossos
“deveres eclesiásticos”, mas, sim, exercendo o amor de Deus que o Espírito Santo
derramou em nossos corações (Rm.5:5).
- O que Jesus quer é que
mostremos que temos amor e misericórdia pelos perdidos, que estamos prontos a perdoá-los
e a querer que eles peçam perdão a Deus e alcancem a salvação. Não podemos nos
fazer de juízes do próximo, prontos a condená-los e a querer que a “vingança de
Deus” caia sobre os pecadores e incrédulos, mas, sim, devemos desejar que eles
sejam alvo da misericórdia de Deus, pois era este o sentimento de Cristo, que
não veio condenar, mas salvar o mundo (Jo.3:17). Infelizmente, muitos hoje, que
se dizem cristãos, são verdadeiros e genuínos fariseus…
- A misericórdia de Deus era
uma realidade, mas, também, a impenitência de Israel. Apesar do desejo do Senhor
para com aquele povo, eles não queriam saber de Deus, mas, única e
exclusivamente de seus pecados, vivendo em maldade, malícia e mentira
(Os.7:2-8).
- Apesar do clamor
misericordioso de Deus, os israelitas preferiram recorrer ao Egito e à Assíria,
não quiseram se humilhar diante de Deus, preferindo ser soberbos, ter uma vida
independente de Deus (Os.7:10-16). O resultado foi tão somente a destruição.
- Em nossos dias, não é
diferente. O Senhor, através da Igreja, nestes últimos dias da dispensação da
graça, tem demonstrado clara e firmemente a Sua misericórdia, inclusive fazendo
com que o Espírito Santo atue como nos dias da igreja primitiva, conforme temos
visto ao longo do avivamento pentecostal, o mais longo e duradouro avivamento
de toda a história da Igreja.
- Entretanto, a imensa e
esmagadora maioria dos que cristãos se dizem ser têm preferido voltar suas
atenções e vidas para algo que não é o Senhor. Não meditam nas Escrituras, não
oram, não temem a Deus nem têm qualquer cuidado na participação da Ceia do
Senhor. Pelo contrário, querem construir uma vida “cristã” repleta de
mundanismo e de pecados e a consequência disto tudo outra não será senão a
destruição, pois são “incapazes de alcançar a inocência” (Os.8:5).
- A ira de Deus Se
manifestaria no meio do povo de Israel como reação ao próprio pecado do povo.
“Porque semearam ventos, e segarão tormentas” (Os.7:7 “in initio”); “lavrastes
a impiedade, segastes a perversidade, e comestes o fruto da mentira, porque
confiaste no teu caminho, na multidão dos teus valentes” (Os.10:13), a mesma
lei da ceifa que o apóstolo Paulo reproduzirá em Gl.6:7,8. Amados irmãos,
estamos semeando na carne ou no espírito?
- Israel havia se esquecido
do seu Criador (Os.8:14), havia preferido os palácios à observância dos mandamentos.
Havia preferido as coisas desta vida às coisas celestiais. Como estamos, amados
irmãos? Temos buscado o reino de Deus e a sua justiça, ou temos agido como os
gentios, pondo como objetivos de nossas vidas terrenas o comer, o beber e o
vestir (Mt.6:31-33)?
- Israel, apesar de, quando
menino, ter sido conduzido pelo Senhor, ter sido atraído por Deus com cordas de
amor, não conheceram que era Deus que os curava e recusaram se converter
(Os.11:1-5), motivo pelo qual cairiam à espada e seriam devorados (Os.11:6).
- Neste ponto, aliás, é
importante vermos que, nos dias de Oseias, muitos dos sacerdotes e profetas
estavam a tirar vantagem desta vida pecaminosa dos israelitas, assim como os
reis e príncipes, que se alegravam na maldade praticada (Os.6:6-8; 7:3). Da
mesma maneira, muitos ministros do Evangelho, em nossos dias, em vez de
repreenderem a vida pecaminosa do povo, estão a usufruir deste estado de
coisas, a fim de enriquecerem e viverem no luxo, como fazia a elite de Israel.
Estes tanto quanto os pecadores serão destruídos, como sucedeu nos dias de
Oseias. Será que pertencemos a estes grupos?
- Em virtude de toda aquela
infidelidade, mascaradas com “sacrifícios” que eram abomináveis ao Senhor, o próprio
Deus diz que faria cessar esta hipocrisia, pois não haveria mais culto algum,
não haveria mais aquela aparência de santidade que era desmentida pela vida
pecaminosa de cada um dos israelitas (Os.9:1-7).
- Deus faria com que o povo
fosse retirado da terra que lhes havia dado, em cumprimento ao que constava do rol
das maldições de Dt.28. Cessaria, então, toda a liturgia dos cultos aos
bezerros de Dã e de Betel, toda a falsa religiosidade que os israelitas diziam
devotar a Deus.
- É precisamente o que
ocorrerá com os pseudocristãos. Hoje, dizem-se eles cristãos, têm suas igrejas
locais, frequentam os cultos, falam em nome de Deus, mas tudo de forma
hipócrita e enganosa. Chegará o tempo, porém, após o arrebatamento da Igreja,
em que até este culto hipócrita será proibido pelo governo do Anticristo e
estes pseudocristãos deverão assumir sua vida pecaminosa, adorando a besta e
aceitando seu sinal, ou, então, pelo custo de suas próprias vidas, passar a ter uma vida conforme os ditames das
Escrituras Sagradas. Que não pertençamos a este grupo e estejamos livres
inteiramente deste período de manifestação da ira de Deus sobre os que
rejeitaram a Cristo Jesus, pois estes, tipificados pelos israelitas dos dias de
Oseias, serão pessoas que não mais serão amadas pelo Senhor e que serão
lançados fora da Sua casa (Os.9:15).
- Outra característica que o
profeta Oseias mostra-nos a respeito do povo de Israel é o seu egoísmo: “Israel
é uma vida frondosa, dá frutos para si mesmo” (Os.10:1 “in initio”). Para
servirmos a Deus, devemos ser apenas ramos da videira verdadeira e darmos fruto
para o Senhor (Jo.15:1-6).
- Produzir fruto para si
mesmo significa não estar em comunhão com o Senhor, estar alheio à Sua vontade,
ter uma vida independente de Deus. Esta é uma característica dos homens que
vivem nos dias trabalhosos em que vivemos (II Tm.3:1-4). Temos renunciado a nós
mesmos para sermos discípulos de Jesus (Lc.14:33), ou temos querido que
prevaleça a nossa vontade em detrimento da vontade de Deus?
- Por causa deste egoísmo, o
Senhor via Israel com o coração dividido (Os.10:2), motivo por que havia muitos
altares em Israel, pois a soberba do coração, a falta de renúncia faz com que
não sirvamos única e exclusivamente a Deus, o que é um adultério espiritual,
que nos faz amigos do mundo e inimigos de Deus (Tg.4:4).
- Esta é a lamentável
situação em que se encontram os pseudocristãos, tipificados pelos israelitas
dos dias de Oseias. Querem satisfazer seus desejos e, ao mesmo tempo, servir a
Deus, o que é impossível, pois a negação de si mesmo é o primeiro passo para
podermos ser discípulos de Jesus.
(Mc.8:34; Lc.9:23). Será que temos morrido para o mundo e vivido para
Deus (Rm.6:11)? Será que aquilo que foi representado no ritual de nosso batismo
nas águas é uma realidade ou uma farsa? Pensemos nisto, amados irmãos!
- Mas, apesar de toda esta
impiedade, de toda esta infidelidade, o Senhor diz que não haveria de destruir
Israel por completo, pois Ele é Deus e não, homem (Os.11:9). Não estava tudo
perdido para Israel, apesar da destruição do reino e do cativeiro que lhe
sucederia. Assim como Gomer fora resgatada da vida de prostituições, Israel
haverá de ser restaurada como nação santa e reino sacerdotal.
- Como disse o apóstolo
Paulo nos capítulos 10 e 11 da sua epístola aos romanos, Deus não rejeitou o
Seu povo (Rm.11:1-5), pois um resto haverá de atender ao clamor do Senhor e,
deste modo, deste resto Deus fará com que Israel cumpra o propósito para o qual
foi criado sobre a face da Terra, o que há de ocorrer por ocasião do reino
milenial de Cristo.
- Deus é soberano e não
haveria de Se submeter à vontade do homem, ainda que se lhe tenha dado o
livrearbítrio. A soberania divina é tal que Seus planos não podem ser
frustrados (Jó 42:2 ARA). Isto não anula o livre-arbítrio, como entendem,
equivocadamente, os defensores da teoria da predestinação, mas também não se pode
admitir que Deus esteja submisso à vontade uma criatura Sua, como defendia
Pelágio (350-423).
Sabemos que é difícil
conciliar a soberania divina com o livre-arbítrio, mas esta dificuldade não nos
pode infirmar o que nos revelam as Escrituras sobre este tema. Afinal de
contas, não poderemos jamais compreender a Deus.
- Por isso, embora não fosse
deixar Israel impune (o reino de Israel é chamado muitas vezes, no livro de Oseias,
de Efraim, por ser esta a tribo mais numerosa das dez tribos do norte)
(Os.12:7-14), o Senhor não deixaria de estender a Sua misericórdia ao povo que
havia escolhido para ser Seu, resgatando-o da morte (Os.11:8,9; 13:14).
- É interessante que o texto
em que o profeta Oseias fala que o Senhor resgataria o Seu povo da morte é o mesmo
texto que o apóstolo Paulo emprega para nos falar da ressurreição dos santos,
da vitória da Igreja sobre a morte (I Co.15:54-58), a nos mostrar que não somos
melhores do que aqueles israelitas dos dias de Oseias, nem tampouco aos
pseudocristãos de nossos dias que eles tipificam.
- É importante, muitíssimo
importante, que também nos reconheçamos como aqueles que foram resgatados da morte
pelo Senhor apesar de nossa vida pecaminosa do passado e, deste modo,
humildemente, atendermos ao clamor divino para que, a cada dia, nos convertamos
a Ele, busquemos a Sua presença, em outras palavras, vivamos em santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Em vez de julgarmos os outros ou pedirmos
a sua exclusão do meio da igreja local, tratemos de lhes dar o exemplo de
santificação e peçamos a Deus para que eles também atendam ao clamor
misericordioso do Senhor. Temos feito isso?
- Assim, ao mesmo tempo em
que Deus Se apresenta como um leão, como um leopardo e como urso que tem perdido
seus filhos, a fim de encontrar Israel para lhes romper as teias do coração e
os devorar, como fera do campo para os despedaçar (Os.13:7,8), também afirma
que os remirá da violência do inferno e os resgatará da morte (Os.13:14). Deus
está sempre pronto a perdoar os impenitentes, antes de exercer o Seu juízo.
Aleluia!
- E é a mensagem de
restauração que encerra o livro de Oseias. No capítulo 14, vemos que o Senhor,
uma vez mais, usa o profeta para chamar o povo ao arrependimento: “Converte-te,
ó Israel, ao Senhor teu Deus, porque pelos teus pecados tens caído” (Os.14:1).
- Deus não deixa de apontar
os pecados do povo e de dizer-lhes que eles precisavam se arrepender. É esta a mensagem
do Evangelho, como vemos em Mc.1:15. É esta a mensagem que devemos pregar aos
incrédulos em nossos dias: o arrependimento dos pecados.
- Infelizmente, nestes dias
tão difíceis em que vivemos, muitos que cristãos se dizem ser já não pregam o genuíno
e autêntico Evangelho. Deixam de denunciar o pecado, deixam de convidar as
pessoas a se arrepender de seus pecados e a crer em Jesus. Já há cultos em
nossas igrejas locais onde não é feito o apelo, onde nem se pergunta ao pecador
se quer se converter, até porque não se falou, durante a reunião, em momento
algum, da necessidade de conversão…
- O Senhor, no término da mensagem
do profeta, mostra que é necessário que nos tornemos a Ele, que abandonemos as
coisas deste mundo e os vãos socorros terrestres, a fim de que possamos
encontrar com o Senhor e ser resgatados por Ele (Os.14:2-4).
- O Senhor quer ser o
“orvalho” do Seu povo, ou seja, o refrigério, o descanso, a paz que nos
sustenta neste “deserto da vida” (Os.14:5,6). Ele nos quer dar vida e quer
frutifiquemos, ou seja, que produzamos o fruto do Espírito Santo, que sejamos
um instrumento de glorificação do nome do Senhor (Os.14:5-7). Ele quer nos livrar
da idolatria (Os.14:8).
- O livro termina com uma
severa advertência: “Quem é sábio para que entenda estas coisas? Prudente, para
que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão
neles, mas os transgressores neles cairão” (Os.14:9). Temos sido sábios e
prudentes? Temos sabido andar nos caminhos do Senhor? Que a nossa fidelidade a
Deus possa fazer com que respondamos afirmativamente. Amém!
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# by adautomatos - 15 de novembro de 2012 às 05:24
A paz do Senhor Jesus Cristo, obrigado, Deus o abençoe!